General Heleno diz que Mauro Cid não participava de reuniões entre Bolsonaro e militares

General Heleno diz que Mauro Cid não participava de reuniões entre Bolsonaro e militares

O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) no governo de Jair Bolsonaro, negou veementemente qualquer envolvimento ou interesse em uma suposta conspiração para um golpe de Estado. Durante seu depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre os eventos de 8 de janeiro, ele classificou as alegações feitas pela maioria governista na CPMI como infundadas.

Heleno também questionou a credibilidade das informações vazadas na delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Bolsonaro. Ele afirmou que o tenente-coronel não participava de reuniões presidenciais, pois essa não era sua atribuição.

Ao ser pressionado pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama, para fornecer detalhes sobre supostas reuniões entre Bolsonaro e altos oficiais militares para discutir planos de intervenção militar, o general Heleno negou ter participado ou mesmo ter conhecimento delas.

Sobre a alegada “minuta do golpe”, ele declarou não ter conhecimento de qualquer esboço de proposta de decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Heleno enfatizou que, mesmo que Bolsonaro tenha mencionado a possibilidade de ações mais enérgicas, isso não implicaria em seu apoio a um golpe.

Questionado sobre sua afirmação de que “bandido não subiria a rampa” do Palácio do Planalto, o general reiterou sua opinião, afirmando que ainda acreditava nisso. Sua resposta foi aplaudida por membros da oposição.

A relatora também apresentou documentos militares ao general, relatando falhas em estruturas urbanas que poderiam facilitar tumultos na Praça dos Três Poderes. Heleno afirmou que não estava ciente desse relatório, mas observou que tais queixas eram comuns nas forças armadas e serviam para reivindicar melhorias.

Ao ser questionado se acreditava em fraude nas eleições, o general negou. A senadora então comentou que ele teria mudado de opinião, o que o deixou indignado e resultou em sua expressão de desagrado.

Heleno também contradisse seu sucessor, general Gonçalves Dias, ao afirmar que houve uma transição transparente entre comandos no GSI, com todas as informações devidamente fornecidas. Ele ressaltou que a instituição era apolítica.

O general esclareceu que não visitou o acampamento de manifestantes em frente ao quartel-general do Exército, destacando que a postura dos acampados foi pacífica.

Em relação a eventos envolvendo invasão da sede da Polícia Federal e um atentado próximo ao aeroporto, Heleno afirmou que estavam fora de sua jurisdição e conhecimento na época, e classificou as conjecturas sobre politização do GSI e planejamento de ações golpistas como bobagens.

Por fim, uma acusação errônea feita durante a sessão sobre sua suposta responsabilidade pelo massacre de crianças no Haiti gerou tumulto e levou à suspensão temporária da sessão. Heleno negou veementemente essa acusação.

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