
Gestão de Dilma no Banco do BRICS é marcada por crise interna e alta rotatividade
Relatos de assédio moral e dificuldades na execução de metas geram críticas à administração da ex-presidente
Prestes a iniciar um segundo mandato como presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o banco do BRICS, a ex-presidente Dilma Rousseff enfrenta acusações de má gestão, assédio moral e alta rotatividade de funcionários. Desde que assumiu o cargo, em abril de 2023, a instituição acumula atrasos em metas estratégicas e um ambiente descrito por servidores como disfuncional e paralisado.
Funcionários relatam clima tenso e cobranças excessivas
De acordo com documentos internos, o NDB possui uma rotatividade de 15,5%, três vezes maior do que a média de bancos multilaterais, resultando em demissões frequentes e um quadro de funcionários cada vez mais reduzido. Relatos indicam que Dilma tem dificuldades em delegar tarefas, o que atrasa a tomada de decisões e prejudica a execução dos projetos.
Funcionários e ex-funcionários ouvidos pela reportagem afirmam que o ambiente de trabalho é opressor, com episódios frequentes de broncas públicas e insultos. Segundo esses relatos, Dilma teria chamado servidores de “burros”, “ignorantes” e feito comentários considerados ofensivos, inclusive a um funcionário chinês. Além disso, há queixas sobre carga horária excessiva, com expedientes que se estendem das 6h às 21h, sem direito a folgas adequadas.
Metas atrasadas e dificuldades operacionais
A administração do banco também enfrenta críticas por não cumprir seus objetivos estratégicos. Apenas 20% das metas de concessão de crédito foram alcançadas, enquanto a projeção de operações não soberanas está muito abaixo do esperado. Documentos do NDB apontam a necessidade de mudanças urgentes na gestão e na cultura organizacional para evitar um colapso operacional.
Outro ponto de preocupação é a ausência de novos membros na instituição durante a gestão de Dilma, diferentemente do período anterior, quando países como Egito, Emirados Árabes Unidos e Bangladesh aderiram ao banco.
Banco nega irregularidades, mas relatório aponta problemas
A assessoria do NDB afirmou que as metas ainda estão dentro do prazo de cinco anos e negou qualquer irregularidade na administração de Dilma. Sobre as denúncias de assédio moral, a instituição declarou que não há registros formais em seus departamentos de conformidade.
Apesar disso, um relatório independente aponta que o banco ainda não conseguiu se consolidar como uma instituição de desenvolvimento de impacto e que sua eficiência está comprometida pela falta de planejamento e coordenação.
Diante do cenário conturbado, a continuidade da gestão de Dilma Rousseff à frente do NDB levanta dúvidas sobre a capacidade da instituição de superar seus desafios e cumprir seu papel dentro do BRICS.