Glauber Braga dorme no chão da Câmara e inicia greve de fome em protesto contra processo de cassação

Glauber Braga dorme no chão da Câmara e inicia greve de fome em protesto contra processo de cassação

Deputado do PSOL-RJ promete não voltar para casa até que o plenário decida seu destino político; assessores e apoiadores o acompanham na vigília.

O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) transformou o chão do plenário da Câmara em seu campo de resistência. Após o Conselho de Ética aprovar a recomendação para cassar seu mandato, ele decidiu passar a noite no local e anunciou o início de uma greve de fome como forma de protesto. A vigília deve continuar até que o plenário da Casa julgue se confirma ou rejeita a cassação.

Sem colchão ou conforto, Glauber dormiu no chão acompanhado por quatro assessores e dois apoiadores. A equipe impediu que ele fosse filmado enquanto descansava, respeitando sua privacidade naquele momento vulnerável. O g1 registrou a cena por volta de 0h40, com autorização para imagens gerais, mas sem mostrar o deputado dormindo.

A decisão de permanecer na Câmara e iniciar o jejum foi tomada por Glauber de forma solitária. Nem seus colegas de bancada, nem a própria esposa, a deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), foram consultados antes do anúncio. Surpresa com a atitude, Sâmia o acompanhou até perto das 23h, quando precisou retornar para casa para cuidar do filho do casal, de apenas três anos.

Para garantir a segurança do parlamentar durante a madrugada, a Câmara designou um policial legislativo para permanecer na entrada do local.

O processo contra Glauber foi aberto após um episódio em que ele agrediu um militante do MBL no ano passado, dentro da própria Câmara. A sessão do Conselho de Ética que votou pela cassação foi marcada por protestos e confusão, com forte presença de apoiadores do deputado e críticas ao relator do parecer, Paulo Magalhães (PSD-BA).

Dentre os presentes na reunião, estava o ator Marco Nanini, que se sentou entre os manifestantes para demonstrar solidariedade ao deputado do PSOL.

Agora, a última palavra está com o plenário da Câmara dos Deputados — e Glauber Braga, determinado, afirmou que só deixa o local após ouvir essa resposta. Até lá, ele segue deitado no chão, sem comer, resistindo com o corpo e o silêncio.

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