“Golpe nunca esteve no meu dicionário”, diz Bolsonaro sobre acusações da PF

“Golpe nunca esteve no meu dicionário”, diz Bolsonaro sobre acusações da PF

Ex-presidente afirma que estudou estado de sítio, mas nega ter debatido planos golpistas ou atos fora da Constituição

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) negou qualquer envolvimento em um suposto golpe de Estado, afirmando que “a palavra golpe nunca esteve no meu dicionário”. Durante declarações nesta segunda-feira (25), ele revelou que considerou a possibilidade de um estado de sítio no final de seu mandato, mas descartou discussões golpistas. “Todas as medidas que analisei foram dentro das quatro linhas da Constituição”, disse.

Bolsonaro ironizou as acusações, sugerindo que seria impossível executar um golpe com “um general da reserva e meia dúzia de oficiais”. Ele também afirmou não ter conhecimento de supostos planos para prender ou assassinar o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

“Golpe de Estado é coisa séria”

Em tom de crítica, Bolsonaro mencionou que um golpe real precisaria do apoio de todas as Forças Armadas, citando declarações do ex-presidente Michel Temer. “Ninguém dá golpe de Estado em um domingo em Brasília, com gente segurando Bíblia, bandeira do Brasil e usando bolinha de gude e batom”, declarou.

As declarações vêm em meio ao indiciamento do ex-presidente e de outras 36 pessoas pela Polícia Federal, incluindo 25 militares e figuras como os generais Augusto Heleno e Braga Netto, além do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. As acusações envolvem crimes como abolição violenta do Estado democrático, formação de organização criminosa e conspiração para golpe.

Foco na Constituição e críticas ao STF

Bolsonaro reiterou que sempre respeitou os limites constitucionais e voltou a criticar o ministro Alexandre de Moraes, acusando-o de não convocar conselhos estratégicos para debater questões como o estado de sítio. “Se alguém viesse conversar comigo sobre golpe, eu perguntaria: ‘E o dia seguinte? Como o mundo reagiria?'”, afirmou, reforçando que não faria nada fora da lei.

Enquanto isso, as investigações avançam, com a possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) receber denúncias contra os indiciados. Bolsonaro, por sua vez, tenta manter uma postura de defesa, afirmando que todos os seus atos foram legítimos e dentro da Constituição.

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