
González denuncia desaparecimento do genro e acusa Maduro de perseguição política
Líder oposicionista afirma que parente foi sequestrado pelo regime venezuelano
O líder da oposição venezuelana, Edmundo González, afirmou que seu genro, Rafael Tudares, foi sequestrado pelo governo de Nicolás Maduro e está desaparecido desde 7 de janeiro. Em um artigo publicado no jornal espanhol El País, González disse estar vivendo na pele o drama que atinge milhares de venezuelanos que têm familiares detidos pelo Estado.
“Sou o presidente eleito por mais de 7,5 milhões de venezuelanos e reconheço em cada voto o desejo de mudança no meu país. Mas hoje sou apenas mais um cidadão enfrentando o que muitos já passaram: um parente sequestrado pelo Estado”, declarou.
Prisão sem direito à defesa e incerteza familiar
Tudares foi detido enquanto levava os filhos pequenos para visitar a avó. Segundo o portal Efecto Cocuyo, ele só foi apresentado à Justiça venezuelana no dia 24 de fevereiro, acusado de envolvimento em uma suposta conspiração liderada pelo próprio sogro contra o governo. No entanto, a audiência ocorreu sem a presença de um advogado de defesa.
Desde a prisão, sua esposa, Mariana González, tem percorrido diversos centros de detenção em busca de informações, mas ainda não conseguiu vê-lo. O opositor denuncia que o genro está sendo mantido em “desaparecimento forçado” apenas por ser parte de sua família. “A Constituição venezuelana é clara ao afirmar que a responsabilidade criminal não pode ser estendida aos parentes de um acusado. Mas no regime de Maduro, leis são ignoradas”, afirmou.
Exílio e alegação de fraude eleitoral
Edmundo González está exilado na Espanha desde setembro, após um mandado de prisão ser expedido contra ele pelo governo chavista. Embora o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela afirme que Maduro venceu as eleições de 2024, a oposição divulgou documentos que, segundo eles, comprovam que González foi o verdadeiro vencedor.
A denúncia do opositor reacende as preocupações internacionais sobre a repressão política na Venezuela e a perseguição a dissidentes. Enquanto isso, sua família segue sem respostas sobre o paradeiro de Rafael Tudares.