
Governo da Argentina Classifica Protestos como Tentativa de Golpe e Critica Libertação de Presos
Confrontos violentos em Buenos Aires deixam mais de 110 detidos e 40 feridos, incluindo um fotógrafo em estado grave
O governo argentino, liderado por Javier Milei, descreveu os protestos realizados por torcidas organizadas e aposentados em Buenos Aires como uma “tentativa de golpe de Estado” e afirmou que continuará a reprimir os manifestantes. As declarações foram feitas pelo chefe de gabinete de Milei, Guillermo Francos, que também criticou a decisão da Justiça em liberar os detidos durante os protestos.
Os confrontos, ocorridos na quarta-feira, resultaram em mais de 110 pessoas presas e cerca de 40 feridos. Entre os feridos, o fotógrafo Pablo Grillo está em estado grave, após ser atingido por uma bomba de gás lacrimogêneo lançada pela polícia.
Francos acusou os manifestantes de usarem a violência como ferramenta e afirmou que o objetivo do protesto era realizar uma espécie de golpe. A juíza Karina Andrade, responsável pela libertação de 114 detidos, argumentou que as prisões violaram direitos constitucionais, como o direito de protestar e se manifestar livremente. Ela criticou a falta de informações sobre os locais e horários das prisões, afirmando que, em muitos casos, a polícia apenas mencionava “os eventos no Congresso Nacional.”
Embora a decisão judicial tenha libertado a maioria dos presos, cerca de 4 pessoas permanecem detidas por porte ilegal de armas. Francos e o ministro da Justiça, Mariano Cúneo Libarona, expressaram sua insatisfação com a decisão judicial e pediram uma aplicação mais rigorosa da lei, destacando que as autoridades analisarão vídeos para identificar os manifestantes que recorreram à violência.
O ministro da Justiça também condenou a ação de membros das torcidas organizadas, chamando-os de “criminosos organizados” que buscaram destruir tudo ao seu alcance e atacar a polícia durante os protestos.
Enquanto isso, o fotógrafo Pablo Grillo, de 35 anos, segue internado em estado grave, após ser ferido pela bomba de gás lacrimogêneo. A Associação de Repórteres Gráficos da República Argentina (aRGra) responsabilizou a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, pelo incidente e pediu sua demissão, o que foi rejeitado por Guillermo Francos.
O governo argentino defendeu a repressão aos protestos, afirmando que as autoridades não permitirão que a ordem pública seja comprometida e que ações violentas não serão toleradas.