
Governo defende Alexandre de Moraes em meio à ameaça de sanções dos EUA
Gleisi Hoffmann afirma que inquérito contra Eduardo Bolsonaro reforça soberania do Brasil, enquanto entidade critica possível retaliação americana
Em meio à turbulência política, o governo Lula reagiu firmemente após a abertura do inquérito pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), declarou nesta terça-feira (26) que essa ação reforça a soberania do país, destacando que os brasileiros estão submetidos às leis nacionais — e não a pressões externas.
“A Procuradoria-Geral da República e o STF mostram que o Brasil é um país soberano, onde as leis valem mais do que ameaças vindas de fora”, afirmou Gleisi, em clara resposta à tentativa do deputado de buscar apoio político nos Estados Unidos.
No Twitter, Gleisi criticou a movimentação de Eduardo Bolsonaro, acusando-o de “conspirar com a extrema direita americana” para interferir nos processos judiciais brasileiros. Segundo ela, o deputado tem espalhado mentiras contra o ministro Alexandre de Moraes e contra o próprio Brasil, ultrapassando todos os limites legais e entrando numa zona criminal.
Enquanto isso, o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), órgão vinculado ao Ministério de Direitos Humanos e Cidadania, também se posicionou. Em nota, classificou a possível aplicação de sanções pelos EUA contra o ministro Moraes como uma “grave afronta à soberania do Brasil”, pedindo o fim imediato de qualquer estudo ou ação que possa prejudicar o magistrado.
O alerta do CNDH veio após declarações do secretário de Estado americano, Marco Rubio, que indicou haver uma “grande possibilidade” de sanções contra Moraes, fato que o Conselho definiu como uma tentativa inédita e ilegal de interferência nas relações internacionais do Brasil.
Essa conjuntura reflete o intenso embate entre o Judiciário brasileiro e as movimentações políticas de Eduardo Bolsonaro, agora com repercussões que ultrapassam as fronteiras nacionais.