Governo encerra primeira fase de repatriação de brasileiros em Israel sem previsão para resgate em Gaza

Governo encerra primeira fase de repatriação de brasileiros em Israel sem previsão para resgate em Gaza

O Ministério das Relações Exteriores anunciou oficialmente hoje o encerramento da primeira fase da operação de repatriamento de brasileiros que desejam deixar Israel em meio ao conflito com o grupo conhecido como Hamas. Esta etapa inicial não inclui os aproximadamente 30 cidadãos na Faixa de Gaza, que aguardam autorização para atravessar a fronteira com o Egito.

Durante uma coletiva de imprensa, os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e José Múcio (Defesa) informaram que até a madrugada de quinta-feira, 1.137 brasileiros terão deixado Israel. Outros 150 ainda manifestaram interesse em retornar ao Brasil e novos aviões serão enviados nos próximos dias.

Apesar das negociações intensas com autoridades egípcias, ainda não há uma previsão para a autorização da passagem dos brasileiros. O chanceler brasileiro afirmou que não têm uma estimativa de prazo para a saída do território palestino.

De acordo com Vieira, cerca de 5 mil cidadãos de outros países também desejam deixar a fronteira de Gaza pela passagem de Rafah, no Egito. A logística para facilitar essa travessia é complexa, e, por isso, não é possível determinar um prazo para a operação.

Um avião da Presidência da República foi enviado para a região da fronteira na manhã desta quarta-feira, onde descarregou suprimentos e kits de saúde. A aeronave, então, seguiu em direção ao Cairo, onde aguardará a autorização das autoridades egípcias para facilitar o resgate dos brasileiros.

Sobre os vetos à resolução proposta pelo Brasil no Conselho de Segurança da ONU, o chanceler explicou que o texto buscava o fim imediato das hostilidades, a abertura de corredores humanitários e o envio de ajuda.

A resolução liderada pelo Brasil e vetada pelos Estados Unidos contou com o apoio de 12 dos 15 membros do Conselho. Rússia e Reino Unido se abstiveram. O texto condenava os atos de terrorismo perpetrados pelo Hamas no último dia 7, apelava para a libertação imediata e incondicional de todos os reféns civis e pedia uma pausa humanitária para facilitar o rápido e desimpedido fornecimento de ajuda humanitária.

A resolução também exigia o contínuo fornecimento de bens essenciais para a população civil, como suprimentos médicos, água e alimentos, e solicitava a retirada da ordem para que civis e funcionários das Nações Unidas evacuassem toda a área em Gaza.

Diante do veto, é esperado que uma nova proposta seja apresentada, mas ainda não há previsão para isso, de acordo com o chanceler brasileiro. Ele afirmou: “Infelizmente, não foi possível aprovar. Acho que do nosso ponto de vista, fizemos todo o esforço possível para cessar as hostilidades.”

O Ministério das Relações Exteriores, por meio de nota, expressou seu lamento pelo veto dos Estados Unidos à resolução do Conselho de Segurança da ONU e destacou que o veto “impediu o principal órgão responsável pela manutenção da paz e segurança internacional de agir diante da catastrófica crise humanitária provocada pela mais recente escalada de violência em Israel e Gaza”.

O chanceler Mauro Vieira retornará a Nova York nesta quarta-feira para debater o assunto no âmbito do conselho, que está temporariamente sob presidência do Brasil. Está marcado um debate aberto de Alto Nível para a próxima terça-feira (24) no âmbito do colegiado. A reunião permitirá que países façam um apelo a um cessar-fogo e à abertura de corredores humanitários no mais alto nível, conforme informado pela nota do Itamaraty.

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