Governo Lula cogita expulsar embaixador de Israel do Brasil, diz colunista
Daniel Zonshine representa o presidente de Israel, Benjamin Netanyahu, no Brasil. Itamaraty classifica expulsão dele como medida “drástica e indesejável”
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e seus principais assessores internacionais estão considerando a possibilidade de expulsar o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, em meio a uma crise diplomática entre os dois países. A controvérsia surgiu devido a uma declaração de Lula, na qual ele comparou a conduta israelense na guerra contra o Hamas com as ações de Adolf Hitler contra os judeus. Em resposta, Israel declarou Lula como “persona non grata”.
A sugestão de expulsar o embaixador israelense foi discutida entre Lula e seu assessor especial de Assuntos Internacionais, Celso Amorim, na segunda-feira (19/2), conforme relatado pela colunista Malu Gaspar do jornal O Globo. Apesar de ser vista pelo Itamaraty como uma medida “drástica e indesejável”, a possibilidade foi mencionada durante uma reunião entre Daniel Zonshine e o chanceler brasileiro Mauro Vieira, que destacou a falta de interesse do Brasil em uma escalada da crise.
No entanto, o chanceler considera as ações do governo israelense, como declarar Lula persona non grata e constranger o embaixador brasileiro em Israel, como “inaceitáveis”. Fontes do Itamaraty indicam que a eventual expulsão do embaixador israelense no Brasil representaria um limite na relação entre os dois países, como se uma linha tivesse sido traçada e não devesse ser ultrapassada.
A situação se intensificou com Israel chamando Lula de “negacionista do Holocausto” nas redes sociais, após a comparação feita pelo presidente brasileiro entre as ações de Israel na Faixa de Gaza e a Alemanha nazista. O governo israelense exigiu um pedido de desculpas de Lula pela declaração.
