Governo Lula demite agente da Abin que é próximo de Tarcísio e foi alvo da PF
Agente demitido pela Casa Civil de Lula foi segurança de Tarcísio em 2022
Na manhã desta segunda-feira, o governo de Lula demitiu Fabrício Cardoso de Paiva, um agente da Abin que, para muitos, era mais do que um simples segurança: ele era o braço direito de Tarcísio de Freitas durante a campanha para o governo de São Paulo em 2022. Paiva está sendo investigado pela Polícia Federal por supostos atos de monitoramento ilegal, gestão anterior de Jair Bolsonaro.
Tarcísio de Freitas depositou em Paiva, um homem que acompanhou sua trajetória desde os tempos em que ele era ministro da Infraestrutura. Paiva pediu licença da Abin para se dedicar à campanha, mas, antes mesmo que seu pedido fosse oficialmente aceito, já estava imerso em ações que envolviam mais do que apenas a segurança de um candidato.
A demissão, fundamentada no que se chama de “abandonamento de cargo”, é um golpe duro e simbólico. O ministro Rui Costa, da Casa Civil, assinou a portaria que oficializa a exoneração, como se dissesse que não há espaço para a confiança quando as sombras do passado se aproximam. Paiva já havia sido alvo de uma operação da PF, a “Última Milha”, que investigava o uso indevido do sistema First Mile pela Abin sob a gestão de Bolsonaro. Ele é ligado a Paulo Maurício Fortunato Pinto, diretor da Abin afastado após uma descoberta alarmante de 171,8 mil dólares encontrados em sua casa.
Durante a campanha de Tarcísio, Paiva se envolveu em uma situação grotesca quando tentou intimidar cinegrafistas que registraram um tiroteio em Paraisópolis. A cena de um agente de segurança tentando silenciar a imprensa é, no mínimo, chocante.
Agora, Paiva segue sua vida longe do brilho das câmeras, trabalhando em prefeituras do interior de São Paulo, mas sem a possibilidade de ocupar cargos oficiais devido ao seu vínculo com a Abin.