Governo Lula Enfrenta Crise no Abastecimento de Água e Deixa 1,3 Milhão de Nordestinos Sem Carro-Pipa
Operadores de carros-pipa estão sem pagamento desde dezembro de 2024, o que ameaça suspender o abastecimento de água para mais de 1,3 milhão de pessoas no semiárido nordestino.
Desde dezembro de 2024, operadores de carros-pipa, responsáveis por levar água a comunidades carentes no semiárido do Nordeste, não recebem pelos serviços prestados. O governo federal justifica o atraso devido a questões orçamentárias e ao processo de aprovação do orçamento de 2025, juntamente com o decreto de contingenciamento. Sem a regularização dos pagamentos até a próxima semana, mais de 1,3 milhão de pessoas, em sua maioria no interior de Alagoas, Rio Grande do Norte e Pernambuco, podem ficar sem água.
A Operação Carro-Pipa, que atende essas comunidades desde 2012, visa garantir 20 litros de água por pessoa por dia, principalmente para regiões afetadas pela seca. Atualmente, 1.387.314 pessoas em 392 municípios dependem desse serviço essencial. Ao todo, 2.834 prestadores de serviço estão envolvidos no atendimento, mas os atrasos nos pagamentos criam um cenário crítico.
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, responsável pela liberação dos recursos, atribui o atraso à pendência na aprovação da Lei Orçamentária Anual e ao contingenciamento. O orçamento estimado para 2024 foi de R$ 696 milhões, mas o repasse de verbas em 2025 ainda está indefinido.
No campo, a insatisfação é grande. Operadores de carros-pipa realizaram protestos em várias cidades, incluindo Bom Jardim, em Pernambuco, onde paralisaram os serviços. Eles destacam a falta de pagamento e o aumento nos custos com o combustível, agravando ainda mais a situação.
Essa crise não é nova; em 2024, a operação quase foi suspensa devido à falta de verba, e em 2022, durante o governo Bolsonaro, o serviço já enfrentou interrupções, o que gerou críticas intensas. Embora o governo tenha suplementado os recursos na época, a liberação foi curta, e a operação só voltou em 2023, com o governo Lula.
A continuidade do abastecimento de água via carros-pipa está em risco, e com a seca ainda castigando a região, a situação pode se tornar ainda mais grave, deixando as comunidades do semiárido em uma situação de vulnerabilidade extrema.
