Governo Lula Isenta Galípolo e Joga Culpa em Campos Neto: “Herança Pesada”

Governo Lula Isenta Galípolo e Joga Culpa em Campos Neto: “Herança Pesada”

Após alta da Selic, Haddad vê no Banco Central um herói sem poder de mudança. E quem paga o pato? Campos Neto, claro.

O governo Lula, sempre tentando escapar das armadilhas econômicas que ainda estão enterradas nas ruínas da gestão anterior, não perdeu a chance de isentar o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, de qualquer responsabilidade pela recente alta da taxa Selic. Em uma jogada de marketing político, Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, garantiu que o Banco Central “não pode fazer grandes mudanças logo após a troca de cúpula”, referindo-se a Galípolo como um simples herdeiro das decisões de Roberto Campos Neto, seu antecessor, como se a economia fosse uma herança maldita passada de geração em geração.

A alta da Selic para 14,25% ao ano, que muitos brasileiros certamente sentiram no bolso, foi justificada como um fardo que o novo governo “herdou”. Segundo Haddad, seria um “cavalo de pau” na política monetária fazer qualquer tipo de mudança abrupta após a transição de poder. Parece que, para ele, a receita de sucessivos aumentos de juros é algo quase genético, vindo diretamente das mãos de Campos Neto.

E, claro, a justificativa do ministro sobre o controle da inflação é uma verdadeira peça de ficção econômica. Apesar da inflação ainda estar longe da meta de 3%, Haddad segue dizendo que “o governo e o Banco Central trabalham juntos” – talvez seja mais adequado dizer que um empurra o outro em direções opostas, com um olhar atento apenas para os números. Como se a política fiscal expansionista do governo Lula, com seus gastos de olho no crescimento, não fosse uma das principais culpadas pelo aumento da pressão sobre os preços. Mas a culpa, como sempre, acaba recaindo no passado, e quem vive de história é Campos Neto.

Enquanto isso, Galípolo, sem grandes mudanças à vista, continua “administrando a herança”, como se a inflação e os juros fossem algo que ele mesmo não tivesse poder para controlar.

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