Governo Lula prepara decreto para regular uso da força pelas polícias do país; veja mudanças propostas

Governo Lula prepara decreto para regular uso da força pelas polícias do país; veja mudanças propostas

Texto ainda está em fase de elaboração

Em meio a um cenário de crescente violência, onde o número de vítimas de crimes e policiais em serviço se eleva, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se mobiliza para elaborar um decreto que visa regulamentar o uso da força pelas polícias em todo o Brasil. Esta é uma iniciativa louvável, que busca trazer maior transparência e responsabilidade ao trabalho das forças de segurança, cujos membros dedicam suas vidas para proteger a população.

BELEM PARA 30/04/2018 METROPOLE A Polícia Militar do Estado iniciou nesta segunda-feira, 30, a operação Sáfara 3, de combate à criminalidade na Grande Belém. Duas áreas de grande incidência criminal, os bairros do Guamá e Tapanã foram priorizados nesse primeiro dia de operação. A partir do Guamá, os policiais percorreram áreas dos bairros da Terra Firme e Jurunas. A partir do Tapanã, foram atendidas áreas da Pratinha, Bengui e Parque Verde. A escolha dos locais teve por base ocorrências criminais monitoradas pela inteligência da Polícia Militar. Só nos bairros do Bengui e Cabanagem, no mês de abril, foram contabilizados 11 homicídios. No bairro Guamá, militares do 20º Batalhão da PM, deslancharam outra frente da Operação Sáfara 3. Oficiais e praças de diversas companhias, além de guardas municipais, saíram em incursões de policiamento em áreas críticas relacionadas ao índice de criminalidade. Motocicletas e viaturas foram utilizadas nas ações daquele bairro. Na sede do 20º BPM, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Hilton Benigno, fez o chamado briefing com a tropa. “Estamos reunindo todos os esforços possíveis para inibir a criminalidade em nosso Estado. Essa operação é mais um exemplo de nossa integração e demonstração de atuação das forças de segurança. Não vamos descuidar de nosso papel de proteger a sociedade e também nossos irmãos e irmãs da Corporação. E, nesse sentido, na tarde de hoje, conseguimos recuperar a arma da cabo Maria de Fátima, após a guarnição do 6º Batalhão entrar em confronto com um dos suspeitos de participar do homicídio da policial. Ele acabou morrendo na intervenção. Vamos intensificar nossas atuações e não descansaremos enquanto os responsáveis pela morte da policial não estiverem presos”, disse. FOTO: THIAGO GOMES / AG. PARÁ

A proposta está em fase de elaboração e, embora não tenha caráter impositivo para os estados, estabelecerá diretrizes fundamentais que devem ser seguidas para que os governadores possam acessar recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional. Tais recursos são cruciais para ações que envolvem o uso da força, incluindo a compra de equipamentos como armas, munição e instrumentos não-letais.

O novo decreto tem como objetivo atualizar uma portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública de 2010, que foi a primeira norma do gênero. No entanto, ao invés de impor regras rígidas, a proposta enfatiza a importância da autonomia dos estados na gestão de suas polícias. Os governadores que buscarem repasses federais precisarão seguir as diretrizes estabelecidas, o que certamente contribuirá para um padrão mais elevado na segurança pública.

As novas diretrizes abrangem diversos aspectos relevantes, como as abordagens policiais — popularmente conhecidas como “enquadro” ou “baculejo” — e o uso de algemas. Além disso, será criado um órgão dedicado a compilar e divulgar dados sobre as mortes decorrentes de ações policiais e as mortes de policiais em serviço, um passo fundamental para entender as dinâmicas de segurança em nosso país.

As diretrizes propostas incluem, por exemplo, que o uso da força letal seja um último recurso e que os policiais não devem disparar armas contra indivíduos desarmados ou que não representem um risco iminente. É uma abordagem que, sem dúvida, visa salvar vidas e respeitar os direitos fundamentais de todos os cidadãos.

Um ponto inovador é o gerenciamento de crises, que se alinha a uma decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos, visando evitar tragédias como as que marcaram a história recente do Brasil. Também se prevê que a busca pessoal e domiciliar seja realizada apenas com fundamentos sólidos, afastando práticas que podem ser consideradas abusivas e que, ao longo do tempo, têm minado a confiança da população nas instituições.

Além disso, o uso de algemas deve ser excepcional, refletindo uma abordagem mais humana e respeitosa no trato com os cidadãos. É imperativo que as forças de segurança atuem sempre com dignidade, preservando a integridade física de todos, tanto dos civis quanto dos agentes.

A criação de um Comitê de Monitoramento do Uso da Força, pois permitirá que representantes de diferentes segmentos da sociedade civil e da segurança pública analisem as ações policiais, promovendo a responsabilidade e a transparência.

Esse decreto, que ainda está sendo finalizado e aguardando a aprovação do ministro Ricardo Lewandowski.

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