Governo Lula reconhece falhas na saúde indígena em plano enviado ao STF
O governo Lula apresentou um plano de ação ao Supremo Tribunal Federal (STF) para reduzir a mortalidade em terras indígenas, em resposta a uma ordem do tribunal. O documento, com 123 páginas, destaca as fragilidades e ameaças internas enfrentadas pela gestão na área da saúde indígena. Após um ano de operações de emergência na Terra Indígena Yanomami, o território ainda registra um alto número de mortes, totalizando 363 óbitos em 2023.
O plano detalha diversas falhas no sistema, como a falta de pessoal qualificado, corte de verbas, equipamentos insuficientes, alta rotatividade de gestores, dificuldades logísticas e inadequação de Unidades Básicas de Saúde. O documento foi entregue ao STF como parte de uma exigência do ministro Luís Roberto Barroso, que preside uma ação movida pela Apib e seis partidos da oposição a Bolsonaro, acusando o governo de omissão na proteção dos indígenas durante a pandemia.
A Terra Indígena Yanomami enfrenta uma crise humanitária devido à invasão de garimpeiros. Apesar das ações emergenciais declaradas pelo governo Lula em 2023, a situação persiste, com desnutrição, surtos de malária e a presença contínua de garimpeiros. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, reconheceu que um ano não foi suficiente para resolver todos os problemas e destacou a instalação de uma “casa de governo” permanente em Roraima e a implementação de bases de vigilância no território, com um investimento previsto de R$ 1,2 bilhão.