
Governo Lula Responde a Zuckerberg: Críticas às Novas Políticas de Conteúdo da Meta
Secretário João Brant rebate declarações sobre ‘censura’ e tribunais secretos na América Latina
O secretário de políticas digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência, João Brant, não poupou palavras ao criticar as declarações recentes de Mark Zuckerberg, CEO da Meta. O empresário, dono de empresas como Facebook e Instagram, apontou a suposta existência de “tribunais secretos” na América Latina que forçam empresas a retirar conteúdos de forma silenciosa. Para Brant, essas falas parecem uma indireta ao Supremo Tribunal Federal (STF), o que gerou um desconforto claro no governo.
Brant ainda afirmou que a decisão de Zuckerberg de retirar a checagem de fatos nas plataformas de sua empresa é uma mudança que favorece, na prática, a disseminação de discursos radicais, dando peso à liberdade de expressão individual, mas sem proteger outros direitos coletivos e individuais. Ele criticou, ainda, a ideia de priorizar o “discurso cívico”, que segundo ele, só abre portas para um ativismo da extrema-direita.
O secretário também expressou preocupação com a decisão de Zuckerberg de encerrar os fact-checkers nos Estados Unidos e substituir por “notas da comunidade”, imitando a prática do X (antigo Twitter). Para Brant, isso reforça uma aliança da Meta com o governo dos EUA, em oposição a países como o Brasil, que buscam criar regulamentações mais rígidas para proteger os direitos digitais e combater fake news.
Por fim, Brant apontou que essas ações podem ser uma forma de antecipação ao governo de Donald Trump, sugerindo que a Meta está se alinhando com uma agenda que desconsidera a soberania dos países e suas políticas digitais.