Governo Milei Emite Novo Corte: Salário Mínimo da Argentina Alcança Nível Histórico de Baixa

Governo Milei Emite Novo Corte: Salário Mínimo da Argentina Alcança Nível Histórico de Baixa

Com a inflação em alta e o aumento nominal do salário mínimo insuficiente, Argentina se aproxima do menor poder aquisitivo em duas décadas

O governo de Javier Milei anunciou recentemente um aumento no Salário Mínimo, Vital e Móvel (SMVM) que, embora pareça uma medida positiva à primeira vista, revela um cenário de perda significativa no poder de compra dos trabalhadores argentinos. A decisão de aumentar o valor em apenas 8.146 pesos, resultando em um salário de 296.832 pesos (cerca de R$ 1.787) até março de 2025, reflete uma deterioração nas condições econômicas, especialmente para a classe trabalhadora, que já enfrenta uma inflação galopante e uma queda no poder aquisitivo.

Este novo reajuste acontece após o impasse no Conselho do Salário, onde sindicatos e empresários não chegaram a um consenso. Em vez de buscar uma solução consensual, Milei interveio por decreto, desconsiderando sua própria proposta de “acordos livres”, e alinhando-se à proposta da União Industrial Argentina (UIA), que sugeria um aumento menor que o demandado pelos sindicatos, de 572.000 pesos (R$ 3.444), para cobrir as necessidades mínimas dos trabalhadores.

A medida resulta no menor valor real do salário mínimo argentino em duas décadas, com uma queda de 17,8% em relação a dezembro de 2023 e de 39% em relação a 2019. Embora o valor nominal tenha subido, o reajuste é insuficiente para acompanhar o aumento da inflação, resultando em uma perda substancial do poder de compra da população, o que agrava a situação dos mais vulneráveis, especialmente aqueles no setor informal.

Especialistas, como o advogado trabalhista Luis Campos, alertam que essa política de ajustes insuficientes tem ampliado a desigualdade no país, com o SMVM cobrindo agora apenas um quarto do valor necessário para que uma família supere a linha da pobreza. A medida também impacta diretamente os benefícios sociais, como a Asignação Universal por Hijo (AUH), e reflete o alinhamento do governo com interesses econômicos de grandes corporações, enquanto milhões de trabalhadores enfrentam dificuldades crescentes.

Compartilhe nas suas redes sociais
Categorias