Greve Geral na Argentina: Trabalhadores Reagem às Medidas de Austeridade de Milei

Greve Geral na Argentina: Trabalhadores Reagem às Medidas de Austeridade de Milei

Em um dia de paralisações, sindicatos exigem reversão de cortes e melhorias nas condições de trabalho, enquanto o governo enfrenta crescente resistência popular.

Na manhã desta quinta-feira, 10, a Argentina viu o início de uma greve geral de 24 horas, promovida pelos maiores sindicatos do país. A paralisação afetou fortemente setores como transportes, aviação e portos, em protesto contra as medidas de austeridade implementadas pelo presidente Javier Milei.

Buenos Aires amanheceu com uma atmosfera inusitada para um dia comum. Embora os ônibus públicos continuassem operando, a cidade ficou mais silenciosa, com bancos e escolas fechados, enquanto hospitais públicos e agências governamentais funcionaram com equipes reduzidas. O impacto da greve foi sentido principalmente em áreas-chave da economia argentina, como o setor portuário em Rosário, um centro vital para exportação de grãos, onde tudo estava parado, segundo o chefe da câmara portuária, Guillermo Wade.

Além da greve, a tensão nas ruas já havia se intensificado na véspera, quando aposentados protestaram contra os cortes nos fundos de pensão, em frente ao Congresso, com alguns confrontos com a polícia. Esses protestos foram apenas uma amostra das frustrações acumuladas com o governo de Milei, cujas políticas de ajustes fiscais têm gerado uma onda crescente de descontentamento.

Para Rodolfo Aguiar, secretário-geral do sindicato ATE Nacional, as medidas de austeridade do governo atingiram um limite: “Depois dessa greve, eles terão que desligar a motosserra. Acabou, não há mais espaço para cortes”.

Os sindicatos exigem a reabertura das negociações salariais, a reintegração dos trabalhadores demitidos e o fim dos planos de privatização de empresas públicas, com foco na proteção de setores essenciais como a aviação e os portos. A greve também é uma resposta à alta da inflação e ao aumento da pobreza, agravados pelas reformas de Milei, que muitos veem como responsáveis pela deterioração das condições de vida da população.

A paralisação, especialmente no setor de transporte aéreo, foi uma das mais significativas, com o sindicato de aviação APA denunciando a demissão em massa de funcionários e a privatização da estatal Aerolineas Argentinas. Para o sindicato, o governo de Milei tem gerado um ciclo de desemprego e dívida externa, que, segundo eles, é a maior fraude da história do país.

Enquanto o governo de Milei continua a enfrentar resistência das ruas, fica claro que a luta por uma Argentina mais justa e equitativa está longe de ser resolvida, com a população cada vez mais disposta a se manifestar contra as políticas de austeridade que, para muitos, só aprofundam as desigualdades sociais e econômicas.

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