Gritou “Lula ladrão” e agora vai ter que se explicar à PF
Lewandowski manda investigar mulher que xingou o presidente perto da casa dele, em São Paulo
O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, determinou que a Polícia Federal (PF) abra um inquérito para investigar um suposto crime de calúnia contra o presidente Lula, após uma mulher gritar, de dentro do carro e com um megafone, a frase: “Lula ladrão”.
O episódio aconteceu no dia 8 de abril, no bairro Alto de Pinheiros, em São Paulo, bem perto da residência do presidente. Segundo o relato da PF, a mulher passou dirigindo, fez o xingamento em alto e bom som — o suficiente para ser ouvido por todos que estavam no entorno — e foi embora.
Os agentes federais que acompanhavam a segurança de Lula na ocasião anotaram a placa do veículo e, após acompanharem o presidente até o heliponto, foram até a casa da dona do carro, que acabou prestando depoimento.
No relato à PF, a mulher — que se identificou como dona de casa — disse que foi tomada por um impulso irracional e, no calor do momento, pegou o microfone do carro e gritou a ofensa. Ela afirmou que não viu Lula diretamente e que, na hora, “não pensou que isso fosse dar problema”. Ainda durante o depoimento, disse estar “profundamente arrependida”.
⚖️ O que diz a lei?
De acordo com o Código Penal brasileiro, crimes contra a honra — como calúnia, difamação e injúria — têm pena aumentada em até um terço quando são cometidos contra autoridades como o presidente da República, ministros, ou presidentes dos poderes.
As penas podem variar entre três meses a três anos de detenção, além de multa. E, nesses casos, a abertura do processo depende de manifestação do Ministro da Justiça, que decidiu, neste caso, seguir adiante.
💥 E agora?
O caso, que rapidamente repercutiu nas redes, reacende uma velha discussão no país: até onde vai o direito de criticar e onde começa o crime contra a honra? De um lado, quem vê censura; de outro, quem defende que liberdade não é sinônimo de ofensa.
