
Haddad Defende Galípolo e Justifica Alta da Selic: “Era Esperado desde o Ano Passado”
Ministro da Fazenda tenta aliviar pressão sobre o novo presidente do Banco Central, mas insinua que a decisão era inevitável. A herança de Campos Neto, de novo?
Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, saiu em defesa do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, logo após o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciar o esperado aumento da Selic para 14,25%. Segundo Haddad, não há motivo para surpresa: essa alta estava prevista desde dezembro de 2024, quando a gestão anterior do BC, sob Roberto Campos Neto, já havia deixado claro que o ciclo de juros altos continuaria.
“Essa decisão já tinha um guidance, um indicativo, no final do ano passado”, declarou o ministro, quase como se Galípolo tivesse sido um mero cumpridor de ordens de um roteiro já traçado. Na visão de Haddad, a alta não foi algo inesperado, mas um passo natural dentro do que o Banco Central já tinha anunciado, como se fosse uma continuação de um jogo jogado.
Porém, o ministro prometeu que só fará novos comentários sobre o assunto após analisar a ata da reunião do Copom, que será divulgada no próximo dia 25. Enquanto isso, a expectativa é de que o BC suba a Selic novamente na reunião de maio, mas com um ajuste “mais suave”, como se a economia brasileira estivesse em um processo lento de recuperação, e não no limite do sofrimento com cada aumento de juros.
Para Haddad, o governo de Lula não pode ser responsabilizado diretamente pela escalada dos juros. Afinal, o que ele chama de “herança” deixada por Campos Neto segue dando o tom da política monetária. E enquanto isso, os brasileiros se perguntam: quem vai pagar o preço dessa herança?