Hamas rebate Trump e critica ameaça sobre Gaza: “Só complica as coisas”

Grupo acusa Israel de descumprir cessar-fogo e adia entrega de reféns

O Hamas respondeu nesta terça-feira (11) às declarações do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que ameaçou “deixar o inferno correr solto” em Gaza caso o grupo palestino não entregasse os reféns israelenses dentro do prazo estipulado no acordo de cessar-fogo. Segundo o Hamas, a postura americana apenas agrava a situação e dificulta a libertação dos sequestrados.

— Trump precisa lembrar que existe um acordo que deve ser cumprido por ambos os lados. Ameaças não têm valor e apenas complicam as negociações — declarou Sami Abu Zuhri, um dos líderes do grupo.

A declaração veio após Trump afirmar, em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (10), que o Hamas sofreria retaliações caso não entregasse os reféns até sábado ao meio-dia. O republicano sugeriu que, diante de um possível descumprimento do acordo, o tratado deveria ser cancelado e que “o inferno” se instalaria na região.

Cessar-fogo em risco

Antes da fala de Trump, o braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qassam, havia anunciado o adiamento da libertação dos reféns israelenses “até novo aviso”. O grupo acusou Israel de não cumprir os termos do acordo, como permitir o retorno de palestinos deslocados ao norte de Gaza e facilitar a entrada de ajuda humanitária.

Em resposta, o governo israelense ordenou que suas forças militares se preparassem “para todos os cenários”, aumentando a tensão na região.

A crise se agrava enquanto familiares dos sequestrados pressionam governos internacionais por mais ações que garantam a libertação dos reféns.