Hugo Motta reage a pacote fiscal de Haddad: “Não estou aqui para servir projeto eleitoral”

Hugo Motta reage a pacote fiscal de Haddad: “Não estou aqui para servir projeto eleitoral”

Presidente da Câmara critica aumento de impostos e cobra do governo cortes de gastos antes de repassar a conta ao setor produtivo

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), fez duras críticas nesta quarta-feira (11) ao novo pacote fiscal articulado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O plano, discutido com parlamentares no fim de semana, propõe taxar investimentos que hoje são isentos de imposto, como a LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e a LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), além de aumentar a carga tributária sobre empresas de apostas on-line e fintechs.

Segundo Motta, é inadmissível apresentar propostas que mexem no bolso do setor produtivo sem que o governo faça sua parte, especialmente com cortes nas próprias despesas.

“Não estou na presidência da Câmara para servir a projetos eleitorais. Se o governo não mostrar disposição de enxugar a máquina pública, não adianta querer empurrar o aumento de impostos goela abaixo do Congresso”, disparou.

A fala acontece num momento em que o governo tenta encontrar alternativas ao aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), mas, até agora, só conseguiu avançar em propostas que aumentam a arrecadação. Redução de gastos? Nenhuma sinalização concreta.

Nos bastidores, integrantes do governo dizem que a ideia é deixar que o próprio Congresso — mais especificamente os líderes da Câmara e do Senado — assuma o protagonismo nas propostas de corte. Tudo para evitar um novo desgaste para Haddad, que já enfrenta resistência com outras pautas impopulares, como a reforma na previdência dos militares, parada no Legislativo.

Com o calendário apertado e as eleições de 2026 no horizonte, o clima é de tensão. O governo quer arrecadar, mas sem bater de frente com a base. Enquanto isso, Motta avisa que não vai aceitar ser usado como escada para planos de campanha.

A discussão promete esquentar nas próximas semanas, mas uma coisa já ficou clara: o Congresso quer reciprocidade — não só aumento de impostos, mas também responsabilidade com os gastos.

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