Impasse na PEC dos Militares causa tensão entre os governistas

Impasse na PEC dos Militares causa tensão entre os governistas

Aprovada pela CCJ em novembro, matéria encontra obstáculos para avançar no Senado e desgasta relação entre governistas e a Defesa. Nova audiência pública será no dia 25


Impasse na PEC que restringe a atuação de militares em eleições gera tensão entre os aliados do governo A PEC, proposta pelo líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), enfrenta dificuldades para avançar na Casa e causa divisões entre os apoiadores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Ministério da Defesa. Uma nova audiência pública está agendada para o dia 25.

A proposta visa modificar o artigo 14 da Constituição Federal para exigir que militares da ativa sejam transferidos para a reserva não remunerada ao se candidatarem, permitindo apenas que aqueles com mais de 35 anos de serviço permaneçam na reserva remunerada.

Otto Alencar (PSD-BA), líder do PSD, explicou que não houve consenso entre os líderes para a votação da matéria, gerando discordâncias entre os partidos.

O texto, relatado pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), enfrenta complicações devido ao projeto de lei que estabelece o novo Código Eleitoral, sob relatoria de Marcelo Castro (MDB-PI). Ambos os textos apresentam limitações para candidaturas de membros das Forças Armadas e da Polícia Militar, encontrando resistência no Senado.

A redução da presença de militares em cargos comissionados e os atritos entre o governo Lula e as Forças Armadas têm influenciado a tramitação da proposta. O ministro da Defesa, José Múcio, tem buscado mediar as relações e aprimorar o texto da PEC em conjunto com Kajuru, visando torná-lo mais aceitável para os militares.

No entanto, as articulações têm causado atritos, principalmente entre Múcio e Kajuru. O relator expressou frustração com a falta de transparência nas negociações e ameaçou devolver a PEC caso continue a enfrentar obstáculos.

Além da PEC, o novo Código Eleitoral, que inclui restrições para policiais, juízes e promotores que desejam se candidatar, também está em discussão no Senado. O projeto, já aprovado na Câmara, exige que esses profissionais deixem seus cargos quatro anos antes das eleições para se candidatarem.

Diante dos impasses e divergências, as propostas caminham para serem alteradas, refletindo a complexidade e sensibilidade do tema no cenário político atual.

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