Indicado por Lula vota pela cassação de Moro, mas julgamento é suspenso mais uma vez
O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) continuou o julgamento que poderia resultar na cassação do mandato do senador Sergio Moro (União Brasil) nesta quarta-feira (3). O desembargador José Rodrigo Sade, indicado por Lula em fevereiro, divergiu do relator e se pronunciou a favor da cassação do mandato de Moro no Senado. No entanto, a desembargadora Claudia Cristina Cristofani solicitou mais tempo para analisar o caso, suspendendo o julgamento mais uma vez.
O tribunal está analisando ações movidas pelo PT, PCdoB e PV, assim como pelo PL, partido de Jair Bolsonaro, que pedem a cassação do mandato de Moro, acusado de abuso de poder econômico, caixa 2 e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022.
O desembargador Sade destacou que a pré-campanha de Moro acabou beneficiando o senador, independentemente de suas intenções iniciais. Ele argumentou que Moro desequilibrou a eleição ao investir significativamente mais recursos do que seus concorrentes, até certo ponto baseando-se no teto de gastos de uma campanha presidencial.
Por outro lado, o relator do caso, Luciano Carrasco Falavinha Souza, votou contra a cassação do mandato de Moro, rejeitando os argumentos dos partidos que entraram com as ações. Ele destacou que os gastos de Moro foram relativamente baixos e não houve prova de que ele planejava concorrer ao Senado desde o início.
A sessão do TRE-PR ainda aguarda os votos de outros desembargadores, com o presidente do tribunal votando apenas em caso de empate. Se a maioria dos desembargadores decidir pela cassação, Moro poderá recorrer ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Se a cassação for rejeitada pelo TRE-PR, as partes envolvidas devem recorrer ao TSE para uma decisão final.