Indignação e Repúdio: Conselho Nacional dos Direitos Humanos Convoca PF e MP para Proteger Ex-Diretor Ameaçado por Silvio Almeida
O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) não ficou calado diante das graves acusações feitas por Leonardo Pinho, ex-diretor do Ministério dos Direitos Humanos. Em uma decisão inédita, o CNDH acionou a Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Programa de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, após Pinho relatar episódios de assédio moral e ameaças vindos do então ministro Silvio Almeida. A decisão foi tomada com urgência em uma reunião realizada na quinta-feira (12/9), após Pinho expor detalhadamente as suas experiências em uma entrevista reveladora.
O Programa de Proteção, vinculado ao Ministério dos Direitos Humanos, agora vai analisar tecnicamente o pedido de proteção para Pinho. A PF e o MPT abriram inquéritos para investigar as alegações de assédio moral e sexual no ministério, e já receberam oficialmente os relatos do ex-diretor.
Na entrevista, Pinho descreveu momentos alarmantes de agressão verbal e intimidação. Segundo ele, Almeida chegou a pedir que ele gravasse reuniões secretamente e, ao se recusar, Pinho enfrentou uma cena chocante: o ministro batia na mesa, gritava e o ameaçava, afirmando que seus dias estavam contados. Em uma conversa especialmente tensa, Almeida teria ficado descontrolado ao ouvir Pinho sugerir melhorias na comunicação entre ministérios, especialmente com Anielle Franco. As palavras do ministro foram de pura hostilidade: “Você está insinuando o quê? Sou ministro de Estado, você é um merda” e ameaças ainda mais graves como “Vou acabar com a sua vida, você não vai mais existir”.
Pinho relatou ter saído da reunião em estado de choque, chorando e com problemas de saúde que se agravaram devido ao estresse gerado pela situação. Os impactos foram tão severos que ele desenvolveu pressão alta e diabetes, e até mesmo ganhou peso. Para piorar, o ex-diretor recebeu uma ameaça telefônica no último dia 6, após a revelação das acusações de assédio sexual contra Almeida, onde um interlocutor agressivo alertou sobre um “complô” e o poder do ministro, vinculado a importantes escritórios de advocacia.
É uma situação que exige uma resposta contundente e imediata. O CNDH está agindo corretamente ao buscar proteção para Pinho, mas o sistema de justiça deve garantir que esses relatos sejam investigados com a seriedade e a profundidade que o caso exige. É inadmissível que alguém em uma posição de poder abuse dessa posição para intimidar e assediar outros, e mais revoltante ainda é ver ameaças veladas a um ex-servidor que teve a coragem de expor a verdade.