Inédito: Almeida é o Primeiro Ministro a Ser Demitido por Assédio Sexual no Brasil
O ex-ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, acabou de fazer história, mas não da maneira que gostaria. Ele se tornou o primeiro ministro do Brasil a ser demitido por acusações de assédio sexual desde a redemocratização em 1985. É como se o país tivesse passado por décadas de tempestades políticas sem jamais ter navegado por esse mar revolto.
Um estudo conduzido pela Universidade de Brasília (UnB), coordenado pelo professor Wladimir Gramacho, revelou esse marco chocante. Apesar de ministros terem enfrentado crises e até sido afastados por uma variedade de motivos ao longo dos anos, este é o primeiro caso em que alguém cai por alegações de assédio sexual. A informação foi divulgada pelo jornal Folha de São Paulo.
A situação chegou ao auge em 6 de setembro, quando Almeida foi formalmente demitido, depois de uma série de escândalos que mancharam sua reputação. Segundo a professora Isabel Rodrigues, que fez uma denúncia dolorosa, o assédio teria ocorrido em 2019. Isabel relatou que, durante um almoço entre amigos, Almeida levantou a saia dela e a tocou de maneira indesejada. A descrição dos eventos é tão invasiva quanto inquietante.
Além disso, entre 2007 e 2012, surgiram denúncias de estudantes da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, alegando que Almeida, enquanto era docente, ofereceu melhorar notas em troca de encontros sexuais. É como se a moralidade estivesse em um colapso completo, transformando o ambiente acadêmico em um cenário de extorsão.
As coisas pioraram ainda mais quando um ex-servidor do Ministério dos Direitos Humanos, que havia denunciado Almeida, recebeu ameaças explícitas. Leonardo Pinho, ex-diretor de Promoção dos Direitos da População em Situação de Rua, relatou ter sido ameaçado com frases como: “Não vou aceitar. O complô vai ser desmantelado. Para de falar. Silvio é sócio de grandes escritórios de advocacia”. Parece que o escândalo não só sacudiu as estruturas do governo, mas também deixou uma sombra de intimidação e perigo.
Almeida, é claro, nega todas as acusações. Mas, ao olhar para o panorama mais amplo, a demissão do ex-ministro representa uma nova e amarga realidade para a política brasileira, que até agora parecia imune a este tipo de crise.