Inquérito militar diz que houve erro do governo Lula em atos de 8/1
Um inquérito em andamento investigando os atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro apontou “indícios de responsabilidade” da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, parte do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O relatório foi obtido pela Folha de S.Paulo e divulgado recentemente.
Segundo o inquérito, se tivesse havido um “planejamento adequado”, o governo do presidente Lula teria conseguido evitar ou minimizar os atos de vandalismo ocorridos no Palácio do Planalto naquela data.
O relatório também menciona a responsabilidade do Departamento de Segurança Presidencial (DSeg)
De acordo com o inquérito, o GSI tinha a incumbência de planejar, acionar e empregar militares para garantir a integridade física do Palácio do Planalto e suas proximidades. O DSeg, por sua vez, era responsável por acionar a tropa de choque do Exército e obter informações essenciais para planejar ações preventivas em colaboração com a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e os órgãos da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, o que, segundo o documento, não foi feito adequadamente.
O inquérito destaca que o número de militares presentes em 8 de janeiro (36) foi menor do que o deslocamento de 110 militares em 31 de julho de 2022, quando o então presidente Jair Bolsonaro convocou manifestantes contra o Supremo Tribunal Federal (STF). O relatório sugere que um planejamento adequado e um contingente maior poderiam ter contribuído para evitar a invasão ao Palácio do Planalto e minimizar os danos patrimoniais ocorridos.
O documento afirma que, devido à falta de planejamento adequado, os militares não estavam em condições de reagir aos manifestantes e, portanto, não foram encontrados indícios de crime militar ou comum em sua atuação. No entanto, o inquérito aponta indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial e do DSeg, devido às falhas no planejamento e execução das ações de segurança no referido evento.
Além disso, o inquérito menciona falhas na atuação da Polícia Militar do Distrito Federal e da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal, que não comunicaram adequadamente suas decisões e informações relevantes ao GSI e ao CMP, contribuindo para a falta de planejamento eficaz.
Vale destacar que o inquérito foi aberto em 11 de janeiro e conduzido pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, atual chefe do Estado-Maior do CMP, sendo posteriormente enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).