Investigação Aberta: MPF Apura Abordagem da PRF que Deixou Jovem Baleada

Investigação Aberta: MPF Apura Abordagem da PRF que Deixou Jovem Baleada

Erro que Custou Caro: Juliana Rangel Luta pela Vida após Ação Policial Desastrosa

O Ministério Público Federal (MPF) iniciou uma investigação sobre a grave ocorrência envolvendo Juliana Rangel, de 26 anos, baleada por engano na noite de Natal enquanto seguia de carro para uma celebração em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A jovem foi atingida na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que alegaram ter confundido o veículo de sua família com uma ameaça.

Afastamento dos Envolvidos e Declarações Polêmicas

O superintendente da PRF no Rio, Vitor Almada, afirmou que os policiais, ao se aproximarem do carro, ouviram disparos e, acreditando serem oriundos do veículo, agiram de forma precipitada. Após perceberem o erro, declararam estar diante de um “grave equívoco”. A PRF confirmou que os agentes foram afastados de suas funções e que a Corregedoria está apurando os fatos.

Apesar da gravidade do caso, a PRF destacou em nota que a Coordenação-Geral de Direitos Humanos está prestando assistência à família de Juliana.

Estado de Saúde Crítico

Juliana foi socorrida ao Hospital Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, e submetida a uma cirurgia delicada. Segundo o médico Thiago Rezende, o projétil não ficou alojado na cabeça, mas causou danos significativos na região óssea. Seu estado segue gravíssimo.

Enquanto isso, a família de Juliana enfrenta momentos de angústia. “A notícia chegou como um pesadelo. Só respiramos um pouco aliviados quando soubemos que ela chegou viva ao hospital”, relatou Jéssica, irmã da vítima.

Um Histórico de Tragédias

Infelizmente, o caso de Juliana não é isolado. Em menos de dois anos, a PRF foi envolvida em pelo menos outros dois episódios fatais no estado. Anne Caroline Nascimento Silva, de 23 anos, foi baleada próximo à Linha Vermelha, e Heloísa dos Santos Silva, uma criança de apenas 3 anos, morreu em Duque de Caxias.

O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Oliveira, afirmou que mudanças nos protocolos de abordagem foram implementadas, mas especialistas questionam a eficácia dessas medidas. Para o antropólogo e coronel aposentado Robson Rodrigues, mudanças profundas na mentalidade e no treinamento são indispensáveis para evitar novos desastres.

A Urgência de Reformas

Diante da repetição de erros fatais, fica evidente a necessidade de uma revisão minuciosa nos protocolos policiais. Casos como o de Juliana expõem falhas graves que cobram um preço alto: vidas interrompidas e famílias destruídas. Resta saber se as autoridades terão a determinação para transformar palavras em ações concretas e salvar futuras vítimas dessa violência institucional.

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