
Investigação sobre Suposto Golpe: PF Foca no Agronegócio para Desvendar Fluxo de Dinheiro
Após a prisão de Braga Netto, Polícia Federal rastreia possíveis financiadores do alegado plano de golpe, com suspeitas sobre o “pessoal do agro” e movimentações financeiras misteriosas.
A investigação sobre o suposto golpe de Estado de 2022 segue em andamento, e agora a Polícia Federal (PF) volta suas atenções para o agronegócio. A corporação suspeita que empresários e produtores possam ter financiado ações que envolveram o ex-presidente Bolsonaro e o general Braga Netto. O termo “pessoal do agro” foi mencionado em delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que afirmou que esse grupo teria bancado ações ligadas ao golpe que não se concretizou.
Os investigadores, agora, vasculham documentos e dispositivos apreendidos, incluindo celulares e pen drives, durante a prisão do general, no último sábado (14), como parte da ação que apura sua tentativa de obstruir as investigações. Em meio a isso, a PF tenta rastrear valores que teriam sido enviados a Braga Netto para um suposto repasse a um militar, como denunciado por Cid. Embora o valor exato não tenha sido confirmado, fontes indicam que seriam cerca de R$ 100 mil.
A investigação ainda busca identificar quem financiou o acampamento e os ônibus que levaram manifestantes a Brasília, ligados à tentativa de golpe que culminou em atos de vandalismo em janeiro de 2023. A PF também está analisando conversas interceptadas, incluindo aquelas de Cid, para conectar os suspeitos e mapear o financiamento.
Entre as pistas, a PF identificou que o “pessoal do agro” pode ter financiado não só os acampamentos, mas também o transporte de manifestantes, assim como ações de bloqueios de rodovias no Brasil, no final de 2022. Além disso, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também investigou envolvimento do setor em atos que questionavam o resultado das eleições.
Embora o deputado Bibo Nunes (PL-RS) questione a veracidade das acusações, a pressão sobre o agronegócio continua a crescer, com a Frente Parlamentar da Agropecuária pedindo investigações imparciais. A tensão permanece, enquanto as investigações seguem em busca de respostas sobre os verdadeiros financiadores do suposto golpe.