Investimento Cultural no Nordeste Contrasta com Corte Bilionário na Educação

Investimento Cultural no Nordeste Contrasta com Corte Bilionário na Educação

Enquanto Lula anuncia R$ 50 milhões para eventos culturais, educação sofre com corte de R$ 42,3 bilhões até 2030

O governo federal, através da ministra da Cultura, Margareth Menezes, anunciou nesta quinta-feira (28) um investimento de R$ 50 milhões para fomentar o setor cultural e eventos no Nordeste. A medida faz parte do Programa Rouanet Nordeste, que busca descentralizar os recursos de incentivo à cultura, historicamente concentrados no Sul e Sudeste. O lançamento ocorreu no Piauí, reunindo artistas, produtores culturais e representantes políticos, e destacou a promessa de democratizar o acesso aos recursos culturais, promovendo capacitação e impulsionando a economia criativa.

“Essa política é uma reparação histórica. Pela primeira vez, regiões afastadas dos grandes centros terão a chance de acessar essa lei e fazer parte do mercado cultural. A economia criativa já representa 3,11% do PIB, mas o acesso ainda era restrito,” afirmou Margareth Menezes. O edital do programa será lançado em março de 2025, com o Banco do Nordeste prometendo a liberação inicial de R$ 10 milhões.

A ação foi celebrada por agentes culturais como Artenilde Silva, do Grupo de Cultura Afro Afoxá, que enxerga na iniciativa a possibilidade de ampliar objetivos e oportunidades. Já o vice-governador do Piauí, Themístocles Filho, enfatizou como o recurso pode movimentar a economia local, beneficiando pequenos empreendedores durante eventos culturais.

Por outro lado, cortes na educação escancaram prioridades:
Apesar do avanço cultural, a educação brasileira enfrenta um cenário desolador. Até 2030, o governo prevê um corte de R$ 42,3 bilhões, atingindo principalmente programas de ensino integral. A contradição entre o apoio à cultura e a redução expressiva no investimento educacional levanta debates sobre as prioridades governamentais, sobretudo em um país onde a desigualdade de acesso à educação segue alarmante.

Indignação e reflexão:
Enquanto iniciativas culturais ganham força e financiamento, o setor educacional, base para o desenvolvimento do país, segue sendo deixado em segundo plano. A celebração de um avanço cultural é inegável, mas o custo disso não deveria ser o futuro de milhões de jovens que dependem de uma educação pública de qualidade para transformar suas realidades.

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