
Investimentos Públicos no G20 e Festival “Janjapalooza” Geram Debate Nacional
Estatais brasileiras desembolsaram R$ 83,5 milhões para evento promovido pelo governo federal, com críticas sobre a gestão de recursos públicos
Empresas estatais brasileiras destinaram um total de R$ 83,45 milhões para financiar a Cúpula do G20 Social e o festival Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, conhecido popularmente como “Janjapalooza”. Segundo informações divulgadas pelo jornal Estadão, o evento, amplamente promovido pela primeira-dama Janja da Silva, foi financiado exclusivamente com recursos públicos, sem participação de patrocinadores privados.
Divisão dos Recursos
O investimento foi resultado de um acordo entre quatro grandes estatais e a Organização dos Estados Ibero-americanos (OEI), entidade responsável pela organização do festival. As empresas envolvidas foram:
- Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)
- Banco do Brasil (BB)
- Caixa Econômica Federal
- Petrobras, que contribuiu com R$ 12,95 milhões.
Além disso, a Itaipu Binacional destinou R$ 15 milhões adicionais para eventos paralelos, elevando o montante total para R$ 83,45 milhões. Apesar disso, o Ministério da Cultura afirmou que o valor final foi de R$ 77,3 milhões, considerando contribuições logísticas da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Polêmicas e Críticas
O festival “Janjapalooza”, com custo estimado de R$ 28,3 milhões, incluiu despesas como passagens aéreas, hospedagens, cenografia, infraestrutura e outros serviços administrativos. A ausência de patrocínios privados e a participação de estatais com déficits financeiros, como os Correios e a Petrobras, geraram intensas críticas de setores da sociedade e da oposição.
O apelido dado ao festival incomodou a primeira-dama, que reagiu:
“Não, filha. É Aliança Global contra a Fome e a Pobreza. Vamos ver se consegue entender a mensagem, tá?”, respondeu Janja ao ser questionada sobre o evento.
A polêmica também deu origem ao “Janjômetro”, um site criado pelo deputado estadual Guto Zacarias (União Brasil-SP), que monitora os gastos associados à primeira-dama. A plataforma sugere que Janja estaria utilizando recursos públicos para despesas pessoais e eventos luxuosos.
Debate sobre Recursos Públicos
A oposição utilizou os gastos como ponto central para criticar o governo, argumentando que recursos públicos deveriam ser alocados para áreas prioritárias, especialmente em um contexto de restrições orçamentárias no Brasil. Por outro lado, apoiadores destacam a importância do evento para fortalecer a imagem do Brasil no cenário internacional e promover discussões globais sobre temas sociais.
O caso levantou questionamentos sobre a transparência e prioridades no uso de recursos públicos, ampliando o debate sobre como o governo deve gerir seus investimentos em eventos de grande porte.