Israel intercepta barco com Greta Thunberg e força ativistas a assistir vídeos dos ataques do Hamas

Israel intercepta barco com Greta Thunberg e força ativistas a assistir vídeos dos ataques do Hamas

Detidos em missão humanitária rumo a Gaza, ativistas são acusados por Israel de apoiar o Hamas e submetidos a vídeos com cenas do ataque de 7 de outubro; governo israelense chama Greta de “antissemita”.

No domingo, 9 de junho de 2025, o que começou como uma missão simbólica de solidariedade terminou com a detenção da ativista climática sueca Greta Thunberg e outros integrantes da coalizão Freedom Flotilla. Eles navegavam a bordo do barco Madleen, rumo à Faixa de Gaza, quando foram interceptados por forças navais de Israel por desrespeitarem o bloqueio imposto na região costeira.

Levada ao porto de Ashdod junto com os demais passageiros, Greta foi surpreendida por um tratamento nada comum: segundo o ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, os ativistas foram obrigados a assistir a vídeos com imagens fortes — registros dos ataques terroristas cometidos pelo Hamas em 7 de outubro de 2023. Na ocasião, mais de 1.200 civis israelenses foram mortos, e cerca de 250 pessoas foram sequestradas. “Eles precisam ver quem estão apoiando”, escreveu Katz nas redes sociais.

As imagens mostravam, segundo o governo israelense, cenas brutais envolvendo mulheres, crianças e idosos — um choque calculado para confrontar os ativistas com o lado mais sombrio da guerra.

Greta, que se tornou símbolo da juventude global em defesa do meio ambiente, agora se vê no centro de um furacão político. O governo israelense não poupou críticas à jovem, acusando-a de antissemita e de apoiar abertamente um grupo terrorista, ao se posicionar contra o bloqueio a Gaza.

Já a Freedom Flotilla Coalition insiste que a missão tinha caráter puramente humanitário. Segundo os organizadores, o objetivo era entregar alimentos e suprimentos a civis palestinos em uma região onde a crise humanitária atinge níveis extremos. Para Israel, no entanto, atravessar o bloqueio sem autorização não é apenas um ato ilegal — é também um gesto político com forte carga ideológica.

A detenção de Greta e seus colegas reacendeu o debate sobre o papel dos ativistas em zonas de conflito. Até que ponto a ajuda humanitária pode ser confundida com militância política? O caso, que ganhou projeção mundial, mostra como a linha entre solidariedade e provocação pode ser tênue — ainda mais quando envolve nomes de peso como Thunberg e uma guerra que já dura décadas.

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