Israel reage a críticas do Brasil e nega fechamento da embaixada em Brasília

Israel reage a críticas do Brasil e nega fechamento da embaixada em Brasília

Após ataques ao Irã, governo Lula condena ofensiva e agrava tensão diplomática; embaixador israelense rebate e defende ações militares

As relações entre Brasil e Israel estão atravessando um momento delicado. Após os recentes ataques de Israel ao território iraniano, o governo brasileiro divulgou uma nota oficial criticando duramente a ação, alegando violação da soberania iraniana e colocando em risco a estabilidade global.

“O Brasil condena firmemente a ofensiva aérea israelense, ocorrida na madrugada passada, por se tratar de uma clara violação do direito internacional e da soberania do Irã. Esses ataques podem desencadear um conflito regional de grandes proporções, com impactos sérios para a paz mundial, a segurança e a economia global”, declarou o Itamaraty.

Na mesma nota, o governo brasileiro pediu “máxima contenção” das partes envolvidas e exigiu o fim imediato das hostilidades.

Em resposta, o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, concedeu uma entrevista exclusiva ao blog Além das Embaixadas, na qual defendeu as ações do seu país e criticou o posicionamento brasileiro.

“Fizemos o que era necessário. As críticas são esperadas, inclusive aqui no Brasil. Há dificuldades diplomáticas que precisamos superar, mas não podemos ficar parados diante de ameaças reais”, afirmou o embaixador.

Segundo Zonshine, os ataques tinham como objetivo impedir a construção de uma bomba atômica pelo Irã. “Estão tentando destruir Israel. Não dá para esperar. Foi uma ação preventiva para evitar uma catástrofe nuclear”, completou.

Apesar das especulações que circularam em alguns veículos de imprensa, Zonshine esclareceu que a Embaixada de Israel no Brasil segue funcionando, ainda que em regime de home office por medida de segurança.

O clima de tensão também afeta duas delegações brasileiras — formadas por autoridades e empresários — que estão em Israel. Embora estejam seguras, os grupos relatam o impacto dos ataques e seguem impossibilitados de retornar ao Brasil devido ao fechamento do espaço aéreo, sem previsão de embarque.

A crise diplomática se intensifica num cenário global já instável, e expõe o distanciamento político crescente entre os governos de Lula e Netanyahu.

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