Itaipu Direciona R$ 81 Milhões para Cooperativa de Reforma Agrária Ligada ao MST
Um novo convênio entre a hidrelétrica Itaipu Binacional e a Cooperativa Central da Reforma Agrária do Paraná (CCA-PR) vai destinar quase R$ 81 milhões até 2027 para a cooperativa, que faz parte do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). A decisão, vista como um movimento estratégico dos gestores indicados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), representa uma mudança de foco nos investimentos da usina, que antes priorizava obras de infraestrutura.
Segundo dados de Itaipu, só entre 2023 e 2024, serão destinados R$ 30 milhões, com um repasse mensal superior a R$ 1 milhão. O maior montante está previsto para 2025, totalizando mais de R$ 19,3 milhões.
A Itaipu afirmou que a verba será monitorada e investida em assistência técnica e fomento à produção de alimentos pela agricultura familiar, em parceria com o Parque Tecnológico Itaipu. No entanto, críticas surgiram, especialmente do deputado Nelsinho Padovani (União-PR), que questionou a prioridade dada a esses projetos enquanto áreas essenciais, como infraestrutura e combate à dengue, estão carentes de investimentos.
A cooperativa ligada ao MST não comentou sobre os critérios de seleção e os parâmetros do convênio até a publicação da reportagem, enquanto Itaipu reafirmou o caráter social e ambiental das iniciativas, destacando o compromisso com a sustentabilidade e o apoio à agricultura familiar.
Esse cenário reacendeu debates no Congresso sobre o papel de Itaipu e a gestão dos recursos da hidrelétrica, com parlamentares estudando a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar os conflitos fundiários no Paraná.
Fonte e Créditos: Revista Oeste