Itália se esquiva: Governo diz não saber paradeiro de Zambelli e nega cidadania a Bolsonaro

Itália se esquiva: Governo diz não saber paradeiro de Zambelli e nega cidadania a Bolsonaro

Parlamentar brasileira entrou no país antes de ser considerada foragida pela Interpol; deputados italianos pressionam Meloni a se posicionar sobre extradição

O governo italiano afirmou nesta sexta-feira (13) que não sabe onde está Carla Zambelli, deputada brasileira condenada a dez anos de prisão pelo STF, e confirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro não tem cidadania italiana reconhecida. A declaração foi dada após questionamentos no Parlamento por parte do deputado de esquerda Angelo Bonelli, que criticou a falta de ação diante da presença da parlamentar no país.

Zambelli deixou o Brasil antes de seu nome ser incluído na lista vermelha da Interpol e entrou na Itália no último dia 5 de junho pelo aeroporto de Fiumicino, em Roma, apresentando documentos italianos por ter dupla cidadania. Desde então, o paradeiro dela permanece desconhecido.

Durante a sessão no Parlamento, Bonelli acusou o governo italiano de estar “acobertando” Zambelli. Segundo ele, há uma ligação política entre a extrema-direita da Itália, representada pelo partido de Matteo Salvini, e o bolsonarismo. “Todos sabem da afinidade política entre a Liga e o partido de Bolsonaro. A Itália não pode virar refúgio de criminosos”, declarou.

A subsecretária do Ministério do Interior, Wanda Ferro, respondeu que o pedido de extradição só foi oficializado após a entrada de Zambelli na Itália, o que impossibilitou uma detenção imediata. Ela também afirmou que as autoridades italianas estão em cooperação com o Brasil e que as buscas pela deputada estão em andamento.

Wanda Ferro também esclareceu que Bolsonaro ainda não solicitou formalmente a cidadania italiana, embora seus filhos já tenham tido o reconhecimento concedido. A informação surge em meio a especulações de que o ex-presidente também poderia tentar fugir para o exterior.

O clima no Parlamento foi de tensão, com críticas diretas ao governo da primeira-ministra Giorgia Meloni. Bonelli disse que a Itália corre o risco de “se tornar um paraíso de foragidos, golpistas e criminosos” se não responder com firmeza ao caso Zambelli.

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