
Janja e Ministro do Desenvolvimento Social Representarão o Brasil em Roma
Viagem busca consolidar liderança brasileira na Aliança Global de Combate à Fome
A primeira-dama Rosângela da Silva, conhecida como Janja, deve embarcar para Roma no início de fevereiro ao lado do ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias. O objetivo da viagem é participar de reuniões estratégicas para a definição da presidência da Aliança Global de Combate à Fome, um bloco internacional que reúne 142 países e instituições dedicadas ao combate à insegurança alimentar.
Além do encontro da Aliança, Janja também deve marcar presença em uma reunião do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA), organismo ligado à ONU e sediado na capital italiana.
Importância da viagem para o Brasil
O ministro Wellington Dias enfatizou a relevância da presença da primeira-dama na missão oficial. “Ela tem uma atuação reconhecida na área social e pode contribuir com sua experiência”, afirmou. A agenda e os detalhes da participação de Janja devem ser discutidos nos próximos dias.
O Brasil busca ampliar seu protagonismo nas discussões sobre segurança alimentar, especialmente após a Cúpula do G-20, realizada no Rio de Janeiro em novembro de 2024, onde o tema ganhou destaque.
Janja: uma atuação sem cargo formal no governo
Embora não ocupe um cargo oficial, Janja tem participado de eventos diplomáticos e internacionais, sempre acompanhada de uma equipe de assessoria e segurança. Sua atuação já gerou debates políticos, especialmente sobre os custos de suas viagens ao exterior.
Em julho de 2024, por exemplo, ela representou o Brasil na abertura das Olimpíadas em Paris, o que gerou críticas por parte da oposição. O evento teve despesas oficiais de mais de R$ 200 mil, incluindo passagens e diárias da equipe que a acompanhou.
Transparência e críticas
A Transparência Internacional já manifestou preocupação com a falta de informações detalhadas sobre as viagens da primeira-dama, ressaltando que sua atuação equivale, na prática, a um cargo público. O governo, por outro lado, argumenta que Janja não possui um posto formal e, portanto, não está sujeita a certas exigências de transparência.
Internamente, a possibilidade de um cargo oficial para a primeira-dama foi descartada pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, sob o argumento de que isso poderia configurar nepotismo. Janja, por sua vez, atribuiu as críticas à sua participação em missões oficiais ao “machismo” na política.
Com sua presença na Itália, Janja reforça seu papel na diplomacia brasileira e nas pautas sociais, enquanto o governo busca ampliar sua influência nos debates globais sobre combate à fome.