
Janja fecha loja de luxo em Fortaleza e torra R$ 30 mil em roupas
Enquanto prega simplicidade, primeira-dama faz compras privadas a portas fechadas e gasta alto em apenas cinco peças
Em meio a uma agenda oficial em Fortaleza, nesta segunda-feira (26), a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, resolveu fazer uma pausa — não para visitar um projeto social ou uma escola, mas para ir às compras. E não foi qualquer compra: Janja mandou fechar a badalada loja de alta costura Almerinda Maria, localizada em um dos bairros mais nobres da capital cearense, e saiu de lá com cinco peças de roupa que somaram cerca de R$ 30 mil.
O detalhe? A visita nem sequer constava na agenda oficial divulgada pelo Palácio do Planalto. Das 7h45 às 10h, a loja ficou exclusivamente à disposição da esposa do presidente Lula, enquanto seguranças mantinham o local blindado de olhares curiosos.
O episódio chama ainda mais atenção quando se coloca lado a lado com as declarações recentes da própria Janja. Em entrevista ao podcast da Folha de S.Paulo, ela tentou reforçar sua imagem de mulher simples, dizendo que “passa sua própria roupa e faz o próprio cabelo”, além de ironizar a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, insinuando que ela, sim, teria hábitos mais sofisticados.
“Não sou dessas, você está confundindo a primeira-dama. É a outra, não sou eu. Às vezes é exaustivo, porque eu tenho que passar minha roupa, fazer meu cabelo… Tirei os óculos, não enxergo nada. Como é que maquio?”, disparou, na ocasião.
Claro que não há ilegalidade nenhuma na compra — dinheiro dela, gasto como quiser. Mas, num momento em que o governo fala em aperto fiscal, corte de gastos e inflação sob controle, o contraste entre discurso e prática não passou batido. A oposição não perdeu tempo e já questiona a coerência do governo que, de um lado, pede sacrifícios, e de outro, ostenta luxo.
A loja Almerinda Maria, conhecida nacionalmente, atende a um público bastante seleto, com roupas sob medida e preços que não cabem no bolso do brasileiro comum. Celebridades, empresários e agora, oficialmente, a primeira-dama figuram na lista dos clientes exclusivos.
Até o fechamento desta reportagem, o Palácio do Planalto não comentou sobre o assunto, alimentando ainda mais os questionamentos sobre a falta de transparência nas agendas paralelas da primeira-dama.