
Janja se comove ao lembrar apoio do papa Francisco a Lula na prisão: “Perdemos um amigo”
Primeira-dama revela impacto emocional da morte do pontífice e destaca importância das cartas trocadas com Lula durante os dias mais sombrios em Curitiba
A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, falou com emoção sobre a conexão entre o presidente Lula e o papa Francisco, após a notícia da morte do líder da Igreja Católica. Segundo ela, Lula passou a última segunda-feira (21) profundamente reflexivo, sentindo a dor de perder não apenas um papa, mas alguém que ele considerava um “amigo leal e companheiro de jornada”.
Durante entrevista à Folha de S.Paulo, Janja relembrou que, enquanto estava preso em Curitiba, Lula trocou cartas com Francisco — um gesto que, segundo ela, trouxe alento em meio a um dos períodos mais difíceis da vida do presidente, marcado também pela morte precoce do neto, Arthur, em 2019.
“O papa sempre se posicionou sobre a prisão injusta do Lula. Não por acaso, assim que saiu da prisão, ele fez questão de ir ao Vaticano. Era mais que uma visita, era um reencontro com alguém que o apoiou de verdade”, disse Janja.
Ela também comentou sobre o encontro que teve pessoalmente com o pontífice em fevereiro deste ano, após ele sair de uma internação hospitalar. “Foi um momento muito tocante. Conversei com ele sobre a luta contra a fome, agradeci pelas orações pelo Lula… e agora, com a partida dele, tudo isso voltou como um filme na cabeça.”
Na conversa, Janja destacou que a carta enviada por Francisco à época teve um papel essencial no emocional de Lula, reafirmando sua convicção de que estava do lado certo da história. “Aquela mensagem deu força para ele seguir lutando por justiça e pela sua inocência.”
Ao falar sobre a perda, a primeira-dama foi enfática: “O mundo se despede não apenas de um papa, mas de um verdadeiro líder. Ele foi um exemplo de fé, mas também de ação, sempre voltado ao bem comum.”
Papa Francisco faleceu aos 88 anos, na Casa Santa Marta, no Vaticano, às 7h35 locais (2h35 de Brasília). Sua última bênção pública foi no domingo de Páscoa, quando saudou os fiéis da sacada da Basílica de São Pedro.
Para Janja — e para Lula — o papa não era apenas um líder religioso: era uma presença solidária nos dias mais escuros.