“Janja solta o verbo, Lula dá bronca e ministro defende o desabafo polêmico”
Primeira-dama critica Elon Musk durante evento do G20, causando desconforto diplomático e reações diversas no governo.
Um “fuck you” que reverberou além do G20
Durante um evento paralelo ao G20 sobre desinformação, a primeira-dama Janja surpreendeu ao criticar Elon Musk, dono da rede social X, com palavras nada diplomáticas. Interrompida por uma falha no som, ela comentou em tom de brincadeira: “Acho que é o Elon Musk”. Logo depois, completou sem rodeios: “Eu não tenho medo de você, inclusive. Fuck you, Elon Musk”.
A fala rapidamente gerou reações dentro e fora do governo. Poucas horas depois, o presidente Lula, sem citar nomes, repreendeu o tom adotado pela esposa: “Essa é uma campanha em que a gente não tem que ofender ninguém. Nós não temos que xingar ninguém. Nós devemos apenas indignar a sociedade”.
Ministro dobra a aposta e elogia Janja
Mesmo após a reprimenda indireta de Lula, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, saiu em defesa de Janja nas redes sociais. Segundo ele, a fala da primeira-dama verbalizou um sentimento reprimido: “Ela disse o que estava preso nas nossas gargantas. Esse é o sentimento sobre Elon Musk e sua interferência negativa na política internacional”.
A atitude do ministro contrastou com a visão de outros membros do governo, que consideraram a declaração de Janja “desnecessária”.
Diplomacia em alerta
Nos bastidores, diplomatas e auxiliares presidenciais avaliaram que o episódio pode complicar ainda mais a relação do governo Lula com Elon Musk e, potencialmente, com Donald Trump, a quem Musk apoiou nas eleições norte-americanas.
Para um influente assessor do Planalto, que preferiu não se identificar, Janja “passou do ponto” e pode ter colocado o governo em uma posição desconfortável em um momento de relações internacionais delicadas.
Entre desabafos e repreensões
A fala de Janja reacendeu debates sobre o papel político da primeira-dama e seus limites no discurso público. Enquanto parte do governo tenta amenizar o episódio, outros, como Paulo Teixeira, enxergam na fala um posicionamento legítimo.
No entanto, o impacto diplomático e político desse desabafo ainda pode ser sentido nos próximos meses, à medida que Lula busca consolidar uma relação estável com líderes internacionais em um cenário cada vez mais polarizado.
