Janones pede pena maior para mulher que pichou estátua, mas ignora seu próprio histórico polêmico

Deputado, que fez acordo com a PGR após confissão de rachadinha, critica decisão sobre punição a Débora Rodrigues e defende punição severa, sem refletir sobre seu passado

O deputado federal André Janones (Avante-MG) causou polêmica ao pedir uma pena mais severa para Débora Rodrigues, mulher condenada por pichar uma estátua durante os tumultos de 8 de janeiro, questionando a decisão do ministro Alexandre de Moraes, que a sentenciou a 14 anos de prisão. Janones afirmou que essa sentença seria excessiva, comparando-a a um caso de tentativa de homicídio, algo que, em sua visão, tornaria o ato ainda mais grave do que uma simples pichação.

“Coloca lá 14 anos de prisão, como se fosse um caso isolado, em que ela tentou matar uma pessoa, atentou contra uma vida, o que já seria gravíssimo. Mas a Débora foi muito além. A Débora defendeu a tortura no pau de arara”, disse o deputado, defendendo uma punição mais severa.

No entanto, o discurso de Janones causou estranheza para muitos, já que ele próprio enfrentou acusações graves em sua trajetória política. O deputado foi gravado em envolvimento em um esquema de rachadinha, algo que ele confessou, e chegou a fazer um acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR). Apesar disso, Janones não hesitou em cobrar uma punição mais drástica para Débora, o que gerou críticas sobre sua postura e a falta de autocrítica em relação a seu próprio passado político.