Japa do PCC: Justiça autoriza prisão domiciliar usando tornozeleira
A Japa do PCC foi presa no dia 8/2 suspeita de ser a responsável pela lavagem de dinheiro da facção criminosa na Baixada Santista
Karen de Moura Tanaka Mori, conhecida como Japa do PCC, foi detida em 8 de fevereiro sob suspeita de envolvimento na lavagem de dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Baixada Santista, em São Paulo. Agora, a Justiça autorizou que ela cumpra prisão preventiva em sua residência, utilizando uma tornozeleira eletrônica.
O juiz Guilherme Eduardo Martins Kellner, da 2.ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Bens e Valores da Capital, justificou a decisão levando em consideração que Karen possui um filho de 12 anos e não é investigada por crimes violentos. Apesar da gravidade dos fatos, o magistrado considerou que ela tem direito à prisão domiciliar conforme o Código de Processo Penal.
Karen, de 37 anos, é viúva de Wagner Ferreira da Silva, também conhecido como Cabelo Duro, um antigo líder do PCC que foi assassinado durante uma guerra interna da facção em 2018. Após a morte de Cabelo Duro, a polícia afirma que ela assumiu os negócios ilícitos do marido.
Durante a prisão, foram apreendidos no apartamento de Karen, localizado no Jardim Anália Franco, Tatuapé, a quantia de R$ 1 milhão e US$ 50 mil em dinheiro. Ela alegou, durante interrogatório, que poderia comprovar a origem do dinheiro, afirmando que a quantia estava relacionada à abertura e venda de estabelecimentos comerciais.
O juiz Fábio Pando de Matos, ao converter o flagrante em prisão preventiva durante a audiência de custódia, observou que Karen não apresentava condições financeiras compatíveis com o montante apreendido em sua residência. Segundo o magistrado, após a morte de Cabelo Duro, a Japa do PCC assumiu as funções ilícitas do marido, gerenciando seus bens ilícitos e aumentando substancialmente seu patrimônio, além de desfrutar de prestígio junto à facção criminosa.
A Polícia Civil relata que Karen atuava em diversas cidades, incluindo Santos, Cubatão e Guarujá, utilizando estabelecimentos na área de beleza, imóveis e uma empresa de seu irmão para lavar dinheiro da facção. Seu pai também é suspeito de participar do esquema. A investigação que levou à prisão de Karen começou em junho de 2023 em Praia Grande, e a viúva de Cabelo Duro foi detida em sua casa no Tatuapé, zona leste da capital paulista, com a apreensão de mais de R$ 1 milhão e US$ 50 mil. Segundo o delegado-geral de São Paulo, Artur Dian, os relatórios financeiros indicam que ela movimentava milhões de reais da facção para ocultar a origem do dinheiro proveniente do tráfico de drogas.