
Jennifer Castro processa Gol e advogada após vídeo sem autorização viralizar
Caso ocorrido em voo da Gol reacende debates sobre privacidade e conduta em redes sociais
Em dezembro de 2024, um voo entre o Rio de Janeiro e Belo Horizonte virou palco de um incidente que rapidamente ganhou as redes sociais. Jennifer Castro, bancária, recusou-se a ceder seu assento na janela para uma criança, o que gerou tensão a bordo. A situação escalou quando a advogada Eluciana Cardoso gravou a cena sem autorização e compartilhou o vídeo nas redes, gerando uma onda de críticas à Jennifer.
O episódio levou a bancária a processar tanto a Gol Linhas Aéreas quanto a advogada responsável pelo vídeo. Jennifer acusa a companhia aérea de omissão e a advogada de violação de privacidade e danos morais.
O que aconteceu no voo
Jennifer foi abordada por uma comissária para trocar seu assento com uma criança, mas recusou. Eluciana Cardoso decidiu filmar a situação, criticando Jennifer por sua postura, e publicou o vídeo na internet, onde viralizou rapidamente. Nas imagens, Jennifer foi chamada de “egoísta” e “insensível”, o que desencadeou ataques nas redes sociais.
A bancária afirmou que sua decisão não tinha obrigação legal e que a exposição pública foi injusta e devastadora. “Eu estava no meu direito. Não é sobre ceder ou não, mas sobre respeito à privacidade”, declarou em entrevista.
Ações judiciais e argumentos de Jennifer Castro
Jennifer entrou com duas ações: uma contra a Gol, por omissão e falha no suporte, e outra contra Eluciana, por violação de imagem e difamação.
- Contra a Gol: Jennifer alega que a companhia não seguiu as normas da ANAC, que determinam que mudanças de assento precisam de consentimento do passageiro. Além disso, criticou a falta de intervenção por parte da tripulação para evitar o conflito.
- Contra Eluciana Cardoso: A advogada é acusada de difamação e de divulgar o vídeo sem consentimento, causando exposição negativa e danos emocionais.
Jennifer também destacou que, mesmo após o incidente, continuou recebendo ataques online, agravando o impacto psicológico do episódio.
Eluciana Cardoso se desculpa, mas Jennifer não aceita
Após a repercussão negativa, Eluciana fez um pedido público de desculpas, afirmando que agiu impulsivamente ao gravar e publicar o vídeo. No entanto, Jennifer considerou a retratação superficial. “Ela pediu desculpas porque estava sob pressão. Isso não apaga o que aconteceu”, afirmou a bancária.
Privacidade e exposição na era digital
O caso reacendeu discussões sobre os limites da liberdade de expressão nas redes sociais e o direito à privacidade. Entre os principais pontos debatidos estão:
- Gravações sem consentimento: O Código Civil Brasileiro protege o direito à imagem, considerando a divulgação não autorizada uma violação passível de indenização.
- Assédio digital: A viralização de casos como esse pode gerar ataques massivos, com graves consequências psicológicas para as vítimas.
- Responsabilidade das companhias aéreas: O incidente destacou a necessidade de protocolos mais claros e eficazes para lidar com conflitos a bordo.
Impacto social e necessidade de conscientização
Jennifer Castro acredita que o episódio pode servir como um alerta para evitar novos casos de exposição indevida. “Espero que minha história ajude a abrir os olhos para os limites entre o que é público e o que é privado”, afirmou.
Enquanto os processos judiciais seguem em andamento, o caso continua gerando discussões sobre respeito, ética e empatia nas interações tanto offline quanto online.