Judoca é suspenso por fazer sinal da cruz em luta nas Olimpíadas
Nemanja Majdov, da Sérvia, se revoltou contra decisão e disparou nas redes: “Lixo satânico. A arbitragem está envenenada”
Olha, é revoltante, pra dizer o mínimo. Nemanja Majdov, um judoca sérvio de garra, que enfrentava uma luta dura nas Olimpíadas de Paris, fez o que qualquer pessoa faria num momento de tensão: um simples sinal da cruz. Nada mais natural para quem busca força em algo maior, uma tradição tão enraizada que se confunde com o instinto. Mas não, a Federação Internacional de Judô (IJF) decidiu que esse gesto simbólico era uma violação das “regras religiosas”. E aí vem a punição, como se Majdov tivesse cometido algum crime hediondo, como se o simples ato de se benzer fosse uma ameaça ao esporte. Cinco meses de suspensão!
Parece uma piada de mau gosto, mas não é. O cara fica fora dos tatames, não pode treinar, competir, nem se preparar. Por quê? Por buscar um momento de fé. Majdov, indignado com razão, foi pras redes e não poupou palavras: “Lixo satânico. A arbitragem está envenenada”. E quem pode culpá-lo? A sensação de impotência é devastadora. Não basta perder a luta, ainda tiram sua voz, seu direito de competir de forma justa. Ele disparou ainda: “O judô é um esporte perdido. 100% controlado pelos árbitros”. É como se o esporte, que deveria ser a celebração do mérito e da superação, estivesse apodrecido de dentro pra fora, manchado por decisões arbitrárias que não respeitam nem o básico da liberdade individual.
E a Federação? Silêncio. Nem uma palavra sobre a suspensão, como se nada tivesse acontecido. Enquanto isso, o atleta segue sem poder treinar, numa punição que cheira a um autoritarismo quase medieval, como se o gesto de fé fosse uma afronta pessoal. Majdov, porém, mantém a cabeça erguida: “Não preciso de uma medalha assim”. E com isso ele dá uma lição, mostrando que o verdadeiro espírito olímpico está muito além dos juízes ou das medalhas de ouro.