Juiz acusado de agredir mulher recebeu R$ 300 mil durante afastamento
O juiz Valmir Maurici Junior, acusado de agressão física, psicológica e sexual contra sua ex-mulher, recebeu um total de R$ 300 mil em salários e benefícios desde que foi afastado em abril pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). As acusações, que incluem violência psicológica e filmagem sem consentimento, foram feitas pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) em outubro.
Apesar do afastamento, o juiz continuou a receber seu salário bruto de R$ 35 mil, que, após descontos, resultava em R$ 21,8 mil líquidos. No entanto, ele recebeu um valor líquido mensal de R$ 50 mil, justificado por “vantagens eventuais”, como indenizações de férias, substituição de colegas na magistratura e outros créditos devidos pelo TJSP.
Além disso, durante o período de afastamento, o juiz recebeu R$ 70 mil em diárias, equivalentes a R$ 10 mil por mês. O TJSP alega que essas diárias são referentes a serviços extraordinários prestados por Maurici Junior entre julho de 2009 e janeiro de 2015, antes das investigações e do afastamento.
É importante destacar que o afastamento do juiz não resultou na suspensão de seus salários, que são legalmente pagos aos magistrados afastados. A pena administrativa máxima que o CNJ pode aplicar é a aposentadoria compulsória, que ainda manteria a remuneração do juiz. No âmbito criminal, em caso de condenação, ele pode enfrentar prisão, dependendo da pena estabelecida.