Juiz da Lava Jato no RJ segue afastado: CNJ prorroga medida por mais 90 dias

Juiz da Lava Jato no RJ segue afastado: CNJ prorroga medida por mais 90 dias

Marcelo Bretas continua longe das funções enquanto responde a três processos disciplinares

O juiz federal Marcelo Bretas, conhecido por comandar a operação Lava Jato no Rio de Janeiro, continuará afastado por mais 90 dias. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) como parte de um processo disciplinar que investiga possíveis irregularidades em sua atuação.

Desde 28 de fevereiro de 2023, Bretas está afastado de suas funções para garantir a integridade das investigações. No total, ele responde a três processos, sendo um deles movido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que o acusa de dificultar o acesso a documentos e de manipular o andamento de ações judiciais.

A OAB também suspeita que o juiz tenha negociado penas e articulado estratégias com o Ministério Público em um acordo de delação que acabou sendo arquivado por falta de provas.

Acusações e defesa

Além da ação movida pela OAB, outro processo contra Bretas foi iniciado pelo prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes. Ele alega que o juiz teria interferido na eleição de 2018 ao favorecer o então candidato Wilson Witzel, caracterizando um possível viés político na condução da Lava Jato.

O terceiro processo investiga falhas na prestação de serviços judiciais sob sua responsabilidade. Todas as investigações estão sendo conduzidas sob sigilo pelo CNJ. Bretas, por sua vez, nega qualquer irregularidade e se defende das acusações.

Durante sua atuação na Lava Jato, o magistrado condenou 183 pessoas, mas muitas de suas decisões vêm sendo revistas e anuladas por instâncias superiores.

A prorrogação do afastamento sinaliza que as investigações ainda estão longe do fim. Enquanto isso, o destino de Marcelo Bretas na magistratura segue incerto.

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