
Juiz de Campo Grande é afastado por suspeita de corrupção em golpe milionário
Decisão do CNJ confirma afastamento de magistrado envolvido em fraudes judiciais
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) manteve o afastamento do juiz Paulo Afonso de Oliveira, que atuava na 2ª Vara Cível de Campo Grande. A decisão foi tomada em plenário e seguiu o voto do ministro Mauro Campbell Marques, corregedor-geral de Justiça, que já havia determinado o afastamento cautelar do magistrado em dezembro.
O motivo da expulsão está ligado à Operação Ultima Ratio, conduzida pela Polícia Federal, que investiga um suposto esquema de corrupção e fraudes judiciais. De acordo com o CNJ, existem fortes indícios de que Oliveira esteve envolvido em manobras ilícitas dentro do sistema judicial. Em outubro do ano passado, ele foi alvo da operação, mas na época não chegou a ser afastado oficialmente.
Na sessão realizada no dia 11 de fevereiro, o ministro Campbell explicou que o caso corre em sigilo, mas destacou a necessidade do afastamento imediato do juiz. Ele mencionou, ainda, que Oliveira manteve relação próxima com um advogado que é filho de um desembargador, o que reforça as suspeitas de influência indevida em processos judiciais.
Os advogados citados na investigação são Fábio Castro Leandro, filho do ex-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), desembargador Paschoal Carmello Leandro, e Rodrigo Gonçalves Pimentel, filho do desembargador Sideni Soncini Pimentel, que assumiria a Corte no próximo ano e também foi afastado no âmbito da Operação Ultima Ratio.
No caso específico de Oliveira, ele é investigado junto ao desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, que atuava na 5ª Câmara Cível do TJMS. Ambos são suspeitos de autorizar uma transação fraudulenta no valor de R$ 5,5 milhões, mesmo tendo sido alertados sobre a possibilidade de falsificação dos documentos apresentados por uma advogada.
O caso segue sob sigilo e novas informações devem surgir conforme avançam as investigações da Polícia Federal e do CNJ.