Juiz do DF ironiza testemunha durante audiência: ‘Não sou oftalmologista’
Durante uma audiência por videoconferência na 1ª Vara de Entorpecentes do Distrito Federal, o juiz Paulo Afonso Correia Lima Siqueira ironizou o depoimento de uma testemunha. Participavam da sessão, além do magistrado e da testemunha, um advogado e uma promotora de Justiça.
A testemunha alegou ter sido coagida, mas admitiu não ter procurado as autoridades para denunciar o ocorrido, o que gerou desconfiança no juiz. “Como é que eu vou saber que o senhor está falando a verdade para mim?”, questionou Siqueira. O depoente respondeu: “Olhando dentro do olho do senhor, estou falando a verdade. Não vim aqui para mentir.”
Em resposta, o juiz afirmou: “Eu não sou oftalmologista. Se o senhor estiver pensando que eu sou oftalmologista, eu não sou. Eu não estou aqui para fazer exame de olho de ninguém.”
Em 2024, o magistrado recebeu o “selo ouro de qualidade” da Corregedoria do Tribunal de Justiça do Distrito Federal pela “competência, dedicação e eficiência em prol de uma prestação jurisdicional de qualidade”.
No entanto, Siqueira já esteve envolvido em outras controvérsias. No ano anterior, ele assinou um termo de ajustamento de conduta com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) após acusar um sargento da Polícia Militar de mentir em um processo. A Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados acionou o CNJ, e o juiz reconheceu que descumpriu os deveres de “serenidade e urbanidade”, resultando em uma retratação.
Outras seis reclamações disciplinares contra o magistrado no CNJ foram arquivadas sem sanções.
Fonte e Créditos: Estadão
