Justiça: Boulos fica 6 anos sem ser encontrado pela Justiça, processo prescreve e promotor desabafa
Segundo Maia, uma prescrição obtida por meio de “alto investimento em escritórios, chicanas jurídicas, fuga de oficiais de Justiça, recursos mirabolantes, habeas corpus”
Em 2022, a Justiça enfrentou um vexame colossal: após seis anos de tentativas frustradas, a ação contra Guilherme Boulos foi finalmente extinta por prescrição. Um verdadeiro fiasco!
O promotor João Carlos de Camargo Maia expressou seu desagrado em um documento de outubro de 2022, em que não poupou palavras para descrever a situação como uma verdadeira tragédia. Ele lamentou a “melancólica” tentativa de levar o criminoso à justiça, comparando-o a um personagem igualmente controverso que também escapou da punição por manobras jurídicas. A indignação do promotor é palpável, como se a justiça tivesse sido completamente escandalizada e envergonhada pela impotência de suas próprias instituições.
Boulos, por sua vez, se defende com uma retórica bem diferente. Ele alega que o verdadeiro culpado pela prescrição foi o próprio sistema judiciário, que, segundo ele, errou em múltiplos endereços e procedimentos. “Fui o maior prejudicado pela ineficiência do sistema”, declarou ele, apontando para erros e falhas na notificação que garantiram que ele nunca tivesse a chance de se defender adequadamente.
O caso remonta a 2012, quando Boulos foi acusado de danos ao patrimônio público durante uma reintegração de posse em São José dos Campos. Naquele momento, ele teria atirado uma pedra em uma viatura e incitado danos a um ginásio onde famílias desalojadas estavam sendo atendidas. Apesar de ter sido solto após pagar uma fiança, o processo se arrastou por anos devido a problemas sucessivos na localização de Boulos.
Entre falhas na citação e dificuldades na localização, a situação foi se arrastando até que, em outubro de 2021, a Justiça finalmente declarou a prescrição do caso. A indignação do promotor Maia e a defesa de Boulos ilustram um cenário de frustração mútua, onde a ineficiência e os erros se sobrepuseram à justiça efetiva.
No final das contas, Boulos acabou recebendo uma restituição da fiança paga e conseguiu se livrar das acusações. A situação expõe uma falha séria no sistema judicial, que falhou em cumprir sua função básica e deixou um sentimento generalizado de frustração e repúdio.
FONTE: Revista Oeste