
Justiça do Amazonas decreta prisão definitiva de Luciane Barbosa, a ‘Dama do Tráfico’
Esposa de líder do Comando Vermelho é condenada por lavagem de dinheiro e organização criminosa
O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou, nesta quarta-feira (29), a prisão definitiva de Luciane Barbosa Farias, conhecida como a “Dama do Tráfico”. Casada com Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, chefe da facção Comando Vermelho, ela ficou nacionalmente conhecida após visitar o Ministério da Justiça em 2023 e participar de eventos em órgãos públicos.
A decisão foi assinada pela juíza Rosália Guimarães Sarmento, determinando a execução imediata da pena. Luciane e seu marido foram condenados a 10 anos de prisão por envolvimento com uma organização criminosa, lavagem de dinheiro e associação ao tráfico de drogas. Como o caso já transitou em julgado, não há mais possibilidade de recurso.
O nome de Luciane já consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), e ela é oficialmente considerada foragida da Justiça. Até o momento, sua defesa não se manifestou sobre a decisão ou sobre uma possível apresentação às autoridades.
Vida de luxo financiada pelo crime
Luciane Barbosa, que se apresentava nas redes sociais como defensora dos direitos dos presos, era estudante de direito e frequentava eventos políticos e jurídicos. No entanto, o Ministério Público do Amazonas (MPAM) reuniu provas de seu envolvimento com atividades ilícitas ligadas ao Comando Vermelho.
De acordo com as investigações, Luciane utilizava dinheiro proveniente do tráfico para manter um alto padrão de vida. Com os recursos obtidos ilegalmente, ela comprou um apartamento de luxo em Pernambuco, um carro e abriu um salão de beleza. Além disso, ela ajudava a acobertar os crimes do marido e gerenciar o dinheiro da facção.
Clemilson dos Santos Farias, preso desde 2022, é apontado como mandante de diversos homicídios em Manaus e já havia sido condenado a 31 anos de prisão em 2023 por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Visitas ao Ministério da Justiça geraram polêmica
Luciane causou controvérsia ao participar de reuniões no Ministério da Justiça em 2023. Ela esteve em duas ocasiões no órgão e foi recebida pelo então secretário Nacional de Assuntos Legislativos, Elias Vaz. A presença dela nas reuniões gerou críticas, especialmente porque sua viagem a Brasília foi financiada pelo Ministério dos Direitos Humanos.

O Ministério da Justiça alegou que Luciane acompanhava uma delegação de advogadas da Associação Nacional da Advocacia Criminal e que sua participação não foi solicitada diretamente. No entanto, a revelação de sua ligação com o Comando Vermelho intensificou as polêmicas envolvendo sua presença em eventos governamentais.
Com a prisão decretada, as autoridades agora buscam localizar Luciane, que segue foragida.