Justiça manda apagar vídeo de médica exposta por Alexandre Frota em hospital de Cotia

Justiça manda apagar vídeo de médica exposta por Alexandre Frota em hospital de Cotia

Decisão da juíza de Cotia obriga vereador e Facebook a retirarem do ar gravação feita sem consentimento; multa pode chegar a R$ 500 mil

A Justiça de Cotia, na Grande São Paulo, determinou que o vereador Alexandre Frota (PDT) e o Facebook removam do ar um vídeo publicado pelo parlamentar em sua rede social, no qual ele expõe uma médica durante uma fiscalização na UPA Atalaia. A decisão foi proferida pela juíza Renata Pedreno após pedido da profissional de saúde, Carolina Crespilho, que aparece nas imagens.

O vídeo, gravado sem autorização, mostrava Frota entrando no hospital acompanhado por apoiadores, usando camisetas com seu nome e a inscrição “fiscalização parlamentar”. No conteúdo, o vereador aponta supostas falhas no atendimento, acusa médicos de estarem dormindo e diz que foi impedido de continuar a vistoria. A médica, por sua vez, aparece pedindo para que ele respeite os profissionais do local.

A juíza entendeu que houve desrespeito e exposição indevida da profissional, e determinou a remoção imediata do conteúdo. O descumprimento da ordem judicial pode acarretar multa diária de R$ 50 mil, chegando até R$ 500 mil. Além disso, Frota está proibido de fazer novas postagens mencionando a médica, direta ou indiretamente.

Em nota, a Associação Paulista de Medicina (APM), a Associação Médica Brasileira (AMB) e o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp) manifestaram apoio à médica e criticaram a conduta do vereador. As entidades afirmam que a fiscalização de serviços de saúde deve seguir normas institucionais, respeitando o ambiente hospitalar e os direitos dos profissionais.

Frota alegou que só ficou sabendo da decisão por meio da imprensa, mas que, mesmo sem ter sido notificado oficialmente, retirou o vídeo do ar na manhã de segunda-feira (7). “Respeito a decisão e não vou recorrer”, afirmou ele, por meio de um áudio enviado por sua defesa.

Já o Facebook, por sua vez, optou por não se manifestar sobre o caso.

Apesar da polêmica, Frota defende suas ações: “O objetivo das minhas fiscalizações é mostrar que as coisas não estão funcionando”, disse. No entanto, segundo a Justiça, esse tipo de abordagem deve acontecer dentro dos limites legais e com respeito aos profissionais da saúde.

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