Justiça Pressiona Lula e Janja: Governo Tem 20 Dias para Explicar Gastos com Viagens da Primeira-Dama

Justiça Pressiona Lula e Janja: Governo Tem 20 Dias para Explicar Gastos com Viagens da Primeira-Dama

Após críticas e questionamentos, juiz cobra esclarecimentos sobre uso de dinheiro público nas viagens internacionais de Janja

A Justiça Federal do Distrito Federal colocou o governo Lula na parede e quer respostas. O juiz Leonardo Tavares Saraiva, da 9ª Vara Federal Cível, deu um prazo de 20 dias para que o Palácio do Planalto e a socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, esclareçam como estão sendo bancados, com dinheiro público, os custos das viagens internacionais da primeira-dama.

A decisão veio no domingo (18), dentro de uma ação popular movida pelo vereador de Curitiba, Guilherme Kilter (Novo-PR), e pelo advogado Jeffrey Chiquini, que querem barrar o uso de recursos públicos — incluindo voos da FAB — nas agendas internacionais de Janja.

Apesar de cobrar explicações, o juiz negou um pedido de liminar que queria proibir imediatamente o governo de bancar as viagens da primeira-dama. Para ele, ainda é cedo para tomar qualquer decisão sem ouvir o outro lado.

Nos bastidores, a pressão só cresce. A presença de Janja em viagens para países como Japão, Vietnã e Rússia, muitas vezes chegando antes da comitiva oficial, virou munição para a oposição, que não perde tempo em cobrar transparência. Na mais recente, ela desembarcou em Moscou cinco dias antes de Lula e até visitou o Kremlin.

Na ação, os autores alegam que os custos com essas viagens ferem diretamente os princípios da legalidade, moralidade, impessoalidade e eficiência, já que, segundo eles, Janja “não ocupa cargo público” e, portanto, não deveria estar onerando os cofres públicos.

O juiz destacou na decisão que, até aqui, não há prova concreta de que houve irregularidade, mas reforçou que isso só poderá ser analisado após o governo apresentar sua defesa. “Não é possível, por enquanto, afirmar se houve ou não dano ao patrimônio público”, escreveu.

Procurada, a Advocacia-Geral da União (AGU) disse que “tomou conhecimento da decisão e irá apresentar os devidos esclarecimentos dentro do prazo estipulado”.

Enquanto isso, o debate sobre os limites e os privilégios de quem ocupa — ou não — cargo oficial no governo continua em alta, tanto no Congresso quanto nas redes sociais.

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